quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ops, acho que fiz merda...






terça-feira, 29 de junho de 2010

Onde é que vais ver a bola?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

OS CLUMBUMB, POVO DA FLORESTA



De um caderno de notas de campo de Sir Georges Humphrey William Davyies (1842-1911) o famoso explorador maricas das florestas da Nova Guiné.

"Os moluscos da família dos Cardiidae, são amêijoas de curiosos hábitos reprodutivos. A parada nupcial da amêijoa-macho começa com uns pulinhos apalermados em volta da fêmea, enquanto vai largando umas golfadinhas de gosma de amêijoa –‘Qnhiiic…esguich…qnhic’. A fêmea ignora o macho enquanto se esfrega nas amigas e pingam para o fundo mar pocinhas de langonha. No santuário de amêijoas ao largo das Ilhas Clambump, na Nova Guiné, os nativos aproveitam a gosma para rechear traças, que, depois de grelhadas na brasa são muito apreciadas, enquanto ao mesmo tempo enfiam e desenfiam repetidamente o pénis em cornos, se peidam na cabana colectiva e se riem todos. Particularmente hilariante é quando uma esguichadela atinge o olho de um dos anciãos da aldeia ou mesmo o xamã. Este último, acto contínuo, agita-se convulsivamente enquanto se borra na Árvore dos Antepassados. Outro aspecto curioso da cultura Clambump são os rituais de iniciação da puberdade dos rapazes que arrancam os prepúcios com uma faca de sílex já romba e os atiram para o meio das traças recheadas de gosma de amêijoa, onde crepitam. São particularmente apreciados pelas velhas da tribo, que os mascam com os poucos dentes que lhes restam, enquanto dizem ‘cauzi kn’gungo’- que quer dizer ‘que ricos coiratinhos’. Já no século XVIII o padre jesuíta Aníbal Pereira tinha descrito os estranhos concursos de evacuação desportiva dos Clumbump em que os rapazes da aldeia vão desenterrar os ossos dos antepassados, em frente aos quais colocam oferendas de batata-doce, porco e amêijoas panadas (com casca), patinhas de periquitos fritas e inhame. Depois colocam-se em frente, cada um ao seu antepassado e vão largando a larada e caminhando de cócoras aos esses tecendo curiosos desenhos tradicionais com significados mítico-religiosos. Quem evacuar em cima do antepassado ou –inadvertidamente – introduzir um fémur no anús, ganha um bónus que consiste em atar uma bexiga de porco aos testículos. Este acto, à mente ocidental aparentemente sem nexo torna os Clumbump extremamente felizes e mais ainda se beberem cabaças atrás de cabaças de uma bebida fermentada de mandioca com saliva. Enquanto isso, as raparigas frazem esfregas genitais de mel selvagem, amêijoas e tahoro (a medula de uma palmeira alimentar), chegando algumas mesmo a introduzir tahoros de meio metro e grossos como pernas nas vaginas calejadas e supurantes por causa das escarificações rituais representando espíritos da floresta. Durante este festival, que se realiza semanalmente e dura seis dias de cada vez, os rapazes embriagados, correm pela mata com os ossos dos antepassados entalados no ânus chocando com árvores, pelo que perdem muitas vezes os sentidos e ali ficam desacordados, perdem-se da aldeia , são sodomizados por orangotangos e nunca mais aparecem porque vão viver para a floresta entre os animais, podendo apenas voltar á aldeia para se casarem se trouxerem um dote de cinquenta vacas. Como não há vacas na floresta tropical de chuva da Nova Guiné, eles trazem dentes de ouro subtraídos a missionários ingleses e a coisa passa. A dança do ‘M’argnhh’ corresponde à passagem à vida adulta dos rapazes e são submetidos a duras provas como seja, serem sodomizados pelos guerreiros adultos que se põem em fila besuntando os membros com um unto feito de amêijoas trituradas com casca, piri-piri, areia e tahoro moído com a menstruação das raparigas. No final do festival, os Clumbump embebedam-se mais ainda e pegam fogo á floresta, o que normalmente os assusta fugindo em debandada e atirando as culpas uns aos outros."

O Sexo e a Cidade - 3


(não postem nada, que não é preciso...)

terça-feira, 22 de junho de 2010

O Sexo e a Cidade - 2

sexta-feira, 18 de junho de 2010

As intermitências da morte

Hoje, as letras portuguesas ficaram mais pobres. Saramago juntou-se a Ricardo Reis, a D. Afonso Henriques e a Baltazar Sete-Sóis.

Já não habita no Memorial do Convento e resta-lhe fazer o inverso de ser Levantado do Chão.

Admito-o sem qualquer pudor: sou fã da escrita de Saramago. Os meus (seus) livros preferidos são o Memorial do Convento, o Ensaio Sobre a Cegueira e o Levantado do Chão.

Achei que A Caverna tinha ditado o fim de Saramago como o escritor de humor de fino recorte.Mas ressurgiu avassaladoramente com as Intermitências da Morte.

Confesso que ainda não li A Viagem do Elefante nem o Caim.

Mas estão ali à espera de serem saboreados.

Não concordo com o homem em muitas coisas, mas gosto de ler o Homem.

Foi o fim de uma Era.

Eça é que é Eça, mas Saramago é que é Saramago.

Até à vista, pá.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Sexo e a Cidade - 1

terça-feira, 15 de junho de 2010

Jornalistas assaltados na África do Sul

Bandidos armados entraram num hotel de Magaliesburgo onde estão hospedados alguns dos jornalistas portugueses que acompanham a Selecção Nacional. Material profissional foi levado sob ameaça de armas de fogo. Apesar do susto, ninguém se magoou.

Ricardo Rodrigues, vice-presidente do PS, já veio demarcar-se do sucedido «por não estarem em causa gravadores», embora tenha acrescentado que «compreendo os assaltantes, na medida em que devem ter estado debaixo de uma pressão que exerceu uma violência psicológica insuportável, pelo que se apropriaram indevidamente do material dos jornalistas, exercendo acção directa».

Aguardam-se ulteriores desenvolvimentos desta notícia.

Notícia em actualização.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Olha mãe sem dentes!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Devolvendo a vénia











quarta-feira, 9 de junho de 2010

...

terça-feira, 8 de junho de 2010



segunda-feira, 7 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010


terça-feira, 1 de junho de 2010

DMC


Pergunto-me, hoje, se alguma vez fui mais novo do que sou. Talvez pareça que sim, julgando pela superfície de testa à mostra e pela saudável ocorrência de quatro cabelos brancos nos meus largos peitorais. Mas o que me parece a mim é que fui sempre a mesma merda. Salvo seja. Ou nem tanto.

Merda, convenhamos, tem a carga (literal e figurativamente) que lhe quisermos dar. E acaba por ser uma imagem adequada. O que fui sempre – e não contesto este ‘sempre’ na sua mais pura acepção – é, como a merda, qualquer coisa moldável, capaz de se adaptar ao espaço da universal tripa. Qualquer coisa expelida pela existência que é, em si mesma, existência também. Conclusão: tanto sou sempre a mesma merda como também sou sempre o olho do cu, esse lídimo espelho do big bang.

Coíbo-me de vos arrastar de borco para o chiqueiro original – parece-me absolutamente óbvio, face ao exposto, qu’isto é tudo a mesma merda, conceito que não requer, agora, mais contextualização. Eu sempre fui assim, tão ou mais clarificador que um jerrycan de lexívia Javisol.

Mas tinha medo. Lebro-me do o ter, ainda que não consiga apontar de quê (se é que alguma vez que se consegue). Lembro-me de me enxofrar com as celebrações do Dia Mundial da Criança no Estádio Municipal de Tomar. E não era só porque, graças as dou aos meus irmãos mais antigos, eu gostava mais de Stranglers do que da Cândida Branca Flor ou do Avô Cantigas, perenes (mais ou menos, não fosse a Cândida ter optado por ser a filoxera do seu próprio vinhedo) animadores daqueles populares enjaulamentos de menores num relvado manhoso, com direito a um saudável snack-in-a-bag composto, se a memória não me falha, de um paposeco com marmelada, rebuçados à cabazada e batatas fritas. A preocupação nutricionista de quem enchia tais sacos de plástico sempre me fascinou, em particular pela notória ausência de qualquer líquido que aquietasse a sede à mocidade acalorada e açucarada. Adiante... Também não era da desidratação que eu tinha medo.

Havia ali uma atmosfera estranha – milhares de crianças e eu entre o acossado, o sozinho, o “eu se quiser não me ralo” (que tomo de empréstimo com a devida e saudosa vénia) de quem aos 7 anos já queria parecer nonchalant e um sentimento bizarro de que a linguagem me separava do que parecia ser, nos outros e outras, um puro prazer animal em esfolar joelhos na pista de falso tartan. Não, não era nenhum sentido de ‘superioridade’, nem o era bem de inferioridade; era uma inadequação aos grandes números, uma espécie de receio da diluição.

Daquelas coisas que todos temos, se nos quisermos lembrar. Como a quase certeza que carrego que, tivesse a minha mãe rumado mais a sul para me dar à luz, eu seria agora muezin numa qualquer mesquita só pelo gozo de acordar a vizinhança a cantar (nos bons tempos do Fora de Moda, chegou a haver quem me chamasse o muezin de Alfama, com a mesma bonomia que o termo mereceria entre os guardas prisionais de Guantanamo...). Adiante. O que me fascina e ainda não compreendo é como o que pegamos o medo, essa terrível doença, uns aos outros e sem nos preocuparmos demasiado com isso. E ninguém investe em vacinas. E ainda consagramos a espúria realidade em tonterias como o dito “quem tem cu, tem medo”. Quem tem cu já usou fraldas e nasceu sem qualquer espécie de receio...

E isto não tem importância nenhuma, claro. Nada tem, intrinsicamente, importância alguma – nem substância alguma, mas isso já é outra história. Só que agora, a três horas de distância, parece-me parvo que eu não tenha tomado café num sítio que gosto porque não estava ninguém na esplanada e eu “não quis incomodar”; que não tenha tomado café num sítio novo, porreiro, com bom aspecto porque “ainda não vi como é que funciona, se é preciso ir ao balcão ou se vêm à mesa”, e que tenha acabado a tomar café num franchise do demo incarnado numa multinacional suíça, sítio sem ar nem graça mas no qual me sinto bem porque “encaixo no esquema”.

Pergunto-me hoje, e com boa razão, se alguma vez fui mais novo do que sou.