sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Fim-de-semana


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010








sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

fim-de-semana




pela bufa abaixo é um descanso



Bock disse...

Ao efe:

Ofendes-nos com torpe vitupério
Mas não fomos nós, oh saduceu
que fomos vistos no cemitério
A profanar matéria orgânica dum judeu

ao chOURAS

Aprecias comer orgânico
Desjejuas com papas de bulgur
Para cear chupas nabo transoceânico
E tragas papas ricas de iogur


Bock disse...

Pão integral com sementes de aveia
Na bufa refundes, calcando, a côdea
Recebendo piço do tonto da aldeia,
Jactante chega a esguichadela serôdia

Bock disse...

Enquanto a esbelta e sádica moçoila
C'o Strap-on te esfarela o biscoito
Crackers com sementes de papoila
Mastigas com ar sério mas afoito

Bock disse...

Fiz uma sopa de chuchu e acelga
Enquanto tu ias passear
Em todo lado te chamam melga
Porque chupas até sangrar

Bock disse...

O nabo não queres a esguichar
Na bolsa levas farinha de grão
Por isso chupas até sangrar
Para fazer durar a erecção

Bock disse...

Comes sementes de rabanete
Enquanto praticas a sodomia
Quando sai o nabo é cá um cheirete
Para que é que comes essa porcaria?

Bock disse...

Fui ao supermercado natural
Comprar mel de flores a sério
Para tu, oh atrasado mental,
Bresuntares mel nos mortos do cemitério!

Bock disse...

Biológica é a agricultura
Faz bem o que dali comes
Mas se a queres ter mesmo dura
esfraga-lhe pedra pomes.

Bock disse...

*esfrega-lhe, foda-se!

Prontos, já chega.
Pérolas a porcos, oh caralho.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Drug free zone...




quarta-feira, 20 de janeiro de 2010













segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Álbum Biográphico e Geográphico








(parece o careca)






























quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

terça-feira, 12 de janeiro de 2010


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010


ahahahahahah!!!


Olhó comboio!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A universalidade da esquisitice

Isto é esquisito. O país onde estou agora é esquisito; esquisito tal e qual como o nosso; esquisito na mesma medida daquele onde estive antes. Há aqui a mesma falta de sentido em algumas coisas diferentes. É mais um dos grandes traços de “união” da Humanidade: vivemos todos em sítios que são esquisitos. Até o próprio fenómeno urbano é esquisito, profundamente esquisito tanto na génese como nos resultados. Mas isso não é para aqui chamado. Isto é sobre esquisitices mais sociológicas.

O país onde estou agora é obcecado por rankings e pelo lugar que neles ocupa. Não há aqui o nosso prazer masoquista e comezinho de pensar de imediato em “deixa ver quão mal é que estamos”; não. Esta gente quer ir para algum lado (mas não lhes perguntem para onde...); quer subir; quer crescer; quer ser melhor que os outros – o que é sempre puramente ilusório, claro, mas que lhes faz ter um ânimo e um dinamismo que lhes permite mesmo ir subindo nos rankings a um ritmo vertiginoso. Subindo por decreto, algo que aqui ainda resulta. Configura-se assim aquilo a que os estrangeiros chamam uma “profecia que a si mesma se recheia” ou, na expresão que eu prefiro, o rebentar das águas de uma gravidez histérica.

Um dos mais recentes rankings mostrava que as crianças neste país dormem menos que as crianças de outros países onde há pessoas a trabalhar para Institutos que perguntam aos pais quanto tempo é que os filhos dormem. Dormem muito menos, estes; estudam bastante mais – e os pais estão orgulhosos... Orgulhosos porque os filhos não têm uma “infância” como estamos habituados a pensar nela; porque os filhos são “criados” por escolas depois de escolas que os preparam para a selecção pelas melhores escolas que depois poderão resultar em bons empregos. É um fenómeno cada vez mais espalhado, é certo; o que me pareceu esquisito foi o orgulho dos pais. Pais que devem comentar com os vizinhos “o meu mais novo tem 6 anos e, olha, pouco tempo tem para dormir, entre as aulas normais e as da escola privada...”, em verdadeiras competições de “o meu dorme menos do que o teu”.

A pressão pelo sucesso no ensino firma-se, claro, na meta da Melhor Universidade, onde depois se poderá descansar um bocadinho e dormir mais uma hora ou duas. O que interessa é sair da Melhor Universidade com um título que tenha o devido valor no mercado de trabalho mas, mais importante que isso, que tenha o devido valor no mercado do matrimónio. Sim, mercado, porque de contratos se trata, em moldes não muito diferentes do mercado de futebolistas. Em termos simples: um genro médico ou advogado vale mais que um genro com outras profissões. Suponho que se utilizem complicados logaritmos envolvendo variáveis como o rendimento mensal esperado, a monetarização do ‘prestígio social’ e, do lado negativo, a orçamentação de quanto se gastará no entretenimento de colegas e clientes. Seja como for, o facto é que um noivo médico ou advogado está aqui no direito – é mesmo essa a expressão – de exigir aos futuros sogros um automóvel ou um apartamento por mor da graça concedida em lhes salvar a filha do solteirio. Constata-se, também, que a inversa não é verdadeira: uma médica ou uma advogada vale tanto como as outras, pouco mais que nada, sendo as filhas, nos termos frios destes contratos, aquilo que se quer tirar de casa e deixar à guarda de outro, na grata expectativa da procriação.

Que a culpa é delas!... Assim o dizem os jornais, pelo menos: a natalidade está a descer, a descer como um membro viril na água gelada, e o gelo são elas que o fazem. Elas, essas, essas valdevinas que preferem estudar e fazer qualquer coisa à laia de profissão que não ficar em casa a fazer as contas ao ciclo menstrual. Essas porcas sem voz no ventre, que não sentem o apelo da maternidade nem do matrimónio, são elas que têm a culpa. Ainda pensei que houvesse um ou outro remoque à tibieza dos varões e à sua renitência em, como diria Américo Lopes Precatado, “pregar com elas no chão” e darem corpo a uma versão mais musculada do anjo anunciador – mas não... Não, os varões são uma ínclita geração desfavorecida, referências apenas feitas aos pobres mancebos campesinos que, confrontados com a pesporrência das reputadíssimas porcas que não querem casar nem sujar as alpercatas no árduo trabalho da lavoura, se vêm forçados a contratar esposas estrangeiras, tornando-se assim em verdadeiros União da Madeira com brasileiros em barda. Só que aqui são da Tailândia e Vietname, reforços de segunda comprados por tuta e meia no mercado de inverno e condenados à condição de eternos suplentes nas afeições (caramba, que bonita imagem!...) e ao treino intensivo nos arrozais.

Isto é esquisito. Mas não mais esquisito que as nossas esquisitices. Os arranjos em que vivemos são esquisitos em todo o lado – talvez porque insistamos em chamar vida à palhaçada (e demiurgo ao José Fanha?... foda-se!!).

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ANAIS FILOSOFIA NATURAL ECLESIÁSTICA SETECENTISTA -I




'P. Porque nasce o homem nù, e vestidos os outros animaes?
R. Porque as nossas mãys naõ tem actividade nem humidade superabundante na matriz, para vestirem a creatura, ou de lãa, como as ovelhas, ou de cabello, como os de mais brutos.

P. Porque dizem que a mulher he monstro, naõ obstante serem algumas muito fermozas?
R. Porque nasce mulher por defeito da matéria generante; e assim nasce da imperfeiçaõ, contra a ordem da natureza que sempre inclina a criar o mais perfeito, que he o homem, pelo que se chama Homem imperfeito; e por esta e outras imperfeiçoens, Monstro.

P. Porque naõ tem barbas como os homens?
R. Porque o mesntruo rezolve o humor, de que nascem, e assim as que naõ tem, lhes cresce o buço como se vè em muitas velhas.

P. Porque lhes flui o menstruo e naõ aos homens?
R. Porque saõ de compleiçaõ mais fria; e o que havia de ser menstruo no homem, he sangue por razaõ do calor, que tem; e o que havia de ser sangue na mulher, he mesntruo, por razaõ da frialdade.

P. Porque naõ tem barbas os Capados?
R. Porque saõ muito frios por causa da muita abundancia, que tem de pituita; e com falta de calor, tem cerrados e constipados os poros.

P. Porque tem todos commummente voz de tiple?
R. Porque a cana do bofe recebe pouco ar, e como he subtil, e brando, assim sahe a voz, e porque a muita humidade, e pituita lhes embaraça as vias, e orgaons da voz (como sucede nos que estaõ acatarrados, os quaes tendo a voz grossa fallaõ em tiple)he como sae por huma cana taõ estreita, e apertada, sahe subtìl e delgada. Também isto se mostra nos Clarins, Charamelas, e Cornetas.

P. Porque naõ nascem os homens com cauda, como os animaes?
R. Porque se sentaõ, e se a tivessem, naõ se poderiaõ sentar comodamente. Affirmaõ alguns, que ha casta de Hebreos que nascem com esta desproporçaõ.

P. Porque temos duas Orelhas?
R. Porque se nos faltar hum, ouvido, tenhamos outro, pois he taõ necessário este sentido, e porque o cérebro purgue o humor melancólico.

P. Porque naõ flui às femeas dos animais e aves?
R. Porque nows animaes, e aves se converte em pello, pennas e escamas e asssim o peixe mulher, e a arraya que tem menstruo naõ as tem'.

(fonte: DE VALDECEBRO, A. F. FR. (1731) O porque de todas as couzas, ou endelechia da phylosophia natural, e moral, da esclarecida Ordem dos Pregadores, e Qualificador das Santa Inquisição de Castella, expostos na linguagem portugueza, Lisboa, 98 pp.)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ANAIS DA MEDICINA OITOCENTISTA - II



'Úlcera - Solução de continuidade das partes molles, com perda de substância, mais ou menos antiga, acompanhada de corrimento de pus, e entretida por um vício local (...) Há três grandes classes de úlceras: 1º As que dependem de affeccção geral, de alguma diathese; são as úlceras syphiliticas, escrophulosas, escorbúticas, que se desenvolvem nos indivíduos inficionados pela syphilis nos escrophulosos e durante o curso do escorbuto.

(...)

Úlceras callosas. As margens são espessas, proeminentes, esbranquiçadas ou cinzentas; o fundo é rubro, duro, liso; o membro inteiro está engurgitado.

Úlceras fungosas. Distingem-se pela exuberância das carnes esponjosas. Estas são pallidas, molles, chatas, às vezes sanguentas.

Úlceras atónicas. Superfície lívida, pállida, que fornece um pus seroso, sem consistência, margens despegadas, pelle vizinha secca, enrugada, coberta de escamas epidérmicas.

Tratamento.

U. callosas - Cataplasmas de linhaça ou de fécula. Tocar todos os dias as callosidades com pedra infernal.Ás vezes não basta a cauterização: é preciso excisar as callosidades. Comprimpir com tiras de encerado commum.

U. varicosas. As ulceras varicosas das pernas tratão-se pela compressão com tiras de encerado. Sobrevindo hemorrhagia, aplicar primeiro uma chapa de isca sobre a ulcera e por cima da isca uma ligadura circular, desde os dedos dos pés até ao joelho. Em cada curativo limpar a ulcera com água de Labarraque misturada com água e aguardente camphorada.

U. fungosas. Polvilhar com pedrahume calcinada ou cauterizar com pedra infernal. Lavar com água de Labarraque, com solução de chlouroeto de cal.

U. atónicas - Excisar as margens despegadas. Empregar as aplicações seguintes: Solução de chlorueto de cal, água de Labarraque, ceroto simples, ceroto de espermacete, ceroto de saturno, glycerio phenico, fios molhados em água phenica, unguento digestivo animado, glycerio de iodureto de potassio iodurado, pós antisepticos, lavatório de rosas rubras em vinho tinto, alumen calcinado, solução de azotato de prata.Tirar os vermes que existem
às vezes nas úlceras, por meio de cuidados de asseio, impedir a sua reprodução.'

(fonte: CHERNOVIZ, P.L.N. (1874) Formulário ou Guia Médica, 1252 pp. Rio de Janeiro.)

ANAIS DA MEDICINA OITOCENTISTA - I



'Hemorróidas - Manifestam-se pelo aparecimento de tumores sanguíneos no recto e anús, com fluxo de sangue ou sem ele; os doentes sentem um incómodo geral, abatimento de forças, vertigens, mau humor, dores de estômago e cadeiras, prisão de ventre, flatuosidades, etc. Para combater as hemorróidas convém trazer o ventre livre, empregando para isso clistéres de água fria ou morna, ou empregando purgantes brandos de óleo de rícino (1 onça) ou de limonada de citrato de magnésia. Toma-se de manhã em jejum de uma só vez para produzir uma ou duas evacuações. Se for intensa a congestão dos tumores empreguem-se banhos de assento de água fria, e panos molhados em água fria sobre o anús. Se os tumores forem doridos e inchados façam-se aplicações emolientes e calmantes, tais como banhos de assento de água morna, clísteres de cozimento morno de linhaça, unturas com manteiga de cacau amolecida com unguento populeão. Quando as hemorróidas se tornam bravas será bom consultar o médico. Se houver supressão repentina do fluxo hemorroidal, é muito conveniente provocá-lo por meio de sanguessugas no ânus, banhos de assento quentes , e pílulas purgativas de aloés. Interiormente ´convém tomar bebidas diluentes, tais como limonada de limão ou laranja, cozimento de cevada ou chá de linhaça, frios. (...) É muito conveniente trazer sempre o ventre livre e desembaraçado de matérias fecais. As pessoas sedentárias farão bem em não usar de assentos moles, mas de palhinha'

'MODO DE CONHECER A RAIVA NOS ANIMAIS:

Raiva no porco - O porco atacado pela raiva não come, tem a língua pendente, a boca cheia de baba; raras vezes procura morder. Do sexto ao sétimo dia, torna-se paralítico e morre com a barriga inchada'.

Delírio dos bêbedos - Manifesta-se pelo falar contínuo e disparatado, agitação e tremor dos membros, insónia, vermelhidão e calor do rosto. Se o delírio principiar depois de qualquer estar embriagado, administre-se-lhe 5 centigramas (1 grão) de emético em meia xícara de água morna para provocar o vómito; depois dê-se-lhe para tomar de uma só vez:

Água pura ......... 125 gram. (1 quarteirão)
Amoníaco líquido... 8 gotas

Ou o seguinte remédio que talvez seja menos repugnante para o doente:

Água pura.......... 110 gram. (1 quarteirão).
Xarope de acúcar .. 15 gram (1 onça).
Acetato de amoníaco 20 gotas.

Duas colheres das de sopa de quarto em quarto de hora. Aplique-se ao doente panos molhados em água fria e vinagre; dê-se-lhe a beber limonada de vinagre.

Êxtase - É produzido pela exaltação do cérebro, absorvido por certas ideias e de tal modo, que as impressões deixam de ser percebidas, ficam parados os movimentos voluntários, e enfraquecida a acção vital. Combate-se separando momentaneamente os extáticos do objecto das suas meditações abstractas ou religiosas. apliquem-se-lhe cataplasmas de farinha de mostarda nas pernas, panos molhados em égua fria ou com vinagre na cabeça, e dar-lhe a cheirar vinagre ou água-de-colónia'

(fonte: CORTÊS, J. s/d, Lunário Perpétuo, 545 pp.)