domingo, 29 de novembro de 2009

Músicas...



Durante muito tempo achei que a língua portuguesa não era apropriada para ser cantada. Efeitos do muito lixo que por aí andava (e anda!).

Mas, se se ouvir o que deve ser ouvido, se quem canta souber alisar os ditongos nasais, abrir um pouco estas ou aquelas vogais, se quem compõe o faça sob influência de adequada musa e se quem escreve, o faça como quem ama, então a língua portuguesa é, afinal, muito apropriada ao canto.
Como alentejano, devia saber isso desde o primeiro dia da minha vida. Não sei quem ou porquê, me desviou a atenção, se eu até canto "modas" do folclore alentejano!

Enfim... Espero que gostem, enquanto (se) amam, ó bacorada ímpia, sois uma impossibilidade da natureza, bácoros bácorossexuais!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Serra do Marão e Porto



terça-feira, 24 de novembro de 2009

monta nestes... ALAZAR e ARMONA

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Dustin Humphrey





Um dia gostava de fazer umas assim. Não sei bem a que é que me estou a referir, se às ondas ou às fotos. Provavelmente às duas...


... e consta que não são montagem.

As fotos, claro.

Palhaço rico?

Ontem à porta do supermerc. uma senhora pedia esmola. Estranhei o ar dela, por bom que era. Pediu-me dinheiro. Disse que não tinha. Depois pediu-me algo alimentar. Disse-lhe que não tinha nada de alimentar no saco. Depois meteu a mão dentro de um dos sacos. Disse-lhe para tirar a mão dali, sff. Depois pediu-me que na próxima vez que ali fosse, que me lembrasse dela e que lhe comprasse alguma coisa de comer... Tudo com uma estranha arrogância, como se eu tivesse alguma culpa da situação dela... Mas o que mais me impresisonou foi o sangue-frio da senhora, que com um óptimo ar e +- bem vestida, ali estava, sem problemas alguns em pedir comida. Ou exigir, talvez seja mais correcto... Fiquei impressionado. Serão estes os novos pobres? Dass...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O fim do Reviralhismo...

O enorme fracasso para a oposição à ditadura em que se traduziu o ano de todas as revoluções, nome pelo qual ficou conhecido o ano de 1931, e em particular o insucesso do movimento do 26 de Agosto de 1931 e a ferocidade e eficácia da repressão que se lhe seguiu, marcou o princípio do fim do reviralhismo.
Depois de 1931, o reviralhismo foi perdendo força, acabando por desaparecer a partir de 1940, em parte devido à consolidação do Estado Novo e em parte devido ao ambiente social e político criado pela Guerra Civil de Espanha e pelo advento da Segunda Guerra Mundial, o qual desaconselhava aventuras insurreccionais. Outro forte contributo para o termo do reviralhismo resultou do repatriamento, em 1939 e 1940, dos principais líderes reviralhistas, em particular dos que se haviam fixado em Paris e que agora eram obrigados a capitular e regressar a Portugal face ao alastrar da guerra na Europa.
Para além das causas atrás apontadas, a partir do início da década de 1930 a estabilização do regime e o medo da instabilidade que se começava a sentir na Europa e dos efeitos da Grande Depressão levaram a um apoio crescente da pequena burguesia urbana à ditadura, vista agora como um oásis de estabilidade num mundo cada vez mais incerto. Neste contexto social, o movimento reviralhista torna-se progressivamente mais minoritário, movendo apenas algumas centenas de revolucionários dispersos pelo país e em muitos casos isolados nas colónias e no exílio europeu, muitos deles na clandestinidade.
A partir do início da década de 1940 o reviralhismo apenas subsiste, e cada vez mais esparsamente, nos relatórios confidenciais da PVDE/PIDE, que no período pós-guerra seguia cuidadosamente o percurso dos antigos reviralhistas, quase todos eles empenhados nas tarefas unitárias do Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF) e do Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Com o fim do reviralhismo entrou-se num longo período de estabilidade político-institucional que apenas seria quebrado pelos acontecimentos que levaram ao 25 de Abril de 1974.
Na oposição, as estratégias de combate ao Estado Novo foram-se progressivamente afastando dos velhos caminhos insurreccionais, o Reviralhismo desapareceu da linguagem e da acção política, apenas para ser recuperado como memória pela historiografia contemporânea surgida após a Revolução dos Cravos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Prédio para Venda

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
Freguesia: São José
Área útil: 800 m2
Preço: 1.500.000 €
Zona/Local: Restauradores










domingo, 8 de novembro de 2009

... Merda acontece

... para o Fininh0, com muito carinho.




quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Show da Lucy ou da Maddie McCann?








segunda-feira, 2 de novembro de 2009

On Language



Calhou-me ontem, por intermédio de uma daquelas pessoas que me reconcilia com a noção da continuidade da espécie humana, ouvir uma palestra de Aldous Huxley, gravada nos anos 50 e habilmente convertida para mp3, como que num lembrete quanto à ideia da perenidade de tudo o que se diz on the record.

Calhou-me ontem, por intermédio da junção da marcenaria japonesa e da construção civil coreana, ouvir aquela palestra já tarde na noite, estendido num sofá de onde se viam pinheiros sacudidos pelo vento e a sua sacudida sombra numa parede imóvel. Esta frase é inútil; é até irritante porque há sempre algo de pretensioso em definirmos o “nosso” contexto. Está escrita, todavia, e escrevi-a porque, literalmente, embiquei para ali.

Dizia eu, então, que ouvi ontem uma palestra do Aldous Huxley. O seu título: “On Language”. Singelo e ambicioso, ao mesmo tempo. São 45 minutos em que o senhor fala, titubeia, vira umas folhas de papel, diz duas ou três graças e partilha. Partilha o que pensa, o que estava a pensar, o que tinha vindo a pensar. No caso dele, ouvindo-o, isso remonta a sabedoria. É isso então que ele partilha, sabedoria sobre este extraordinário sistema de símbolos. Sendo que Huxley era Huxley, a sua visão é abrangente, expressa numa forma elegante e é, também, profundamente sadia. Esta palestra faz bem.

Brevemente: sublinhando o carácter excepcional da linguagem humana no contexto animal; evidenciando o seu carácter determinante na existência da humanidade; e expondo muitas das suas limitações e alguns dos seus efeitos profundamente perversos, Huxley, como outros, traça uma clara distinção entre experiência e linguagem, apontando assim para aquilo a que chama a nossa natureza anfíbia. Fundamental, por ser uma verdade simples, experienciável e facilmente transmissível até por um meio tão corruptível como o é a linguagem, parece-me ser a repetição da ideia de que isto, esta linguagem, este conjunto de símbolos que agora nos é comum, não pode ser visto como um absoluto, ou seja, não deve permitir que, à semelhança do que sempre se fez, se escarneça, apedreje, enclausure ou execute quem haja por bem questionar a sua validade ou apontar coisas ou factos ou ideias que não “cabem” na linguagem como hoje a entendemos.

“Lá vem ele outra vez com aquela merda da linguagem”, pensarão vocês. Descansem; descansem que não é bem isso. O facto é que já aqui escrevi uma ou outra coisa que alinha com o teor da palestra de Huxley. E fez-me sentir uma frustração fininha, rememorando algumas coisas esta manhã, que uma palestra gravada nos anos 50, veiculando uma nova expressão de ideias que têm aparecido regularmente desde há milénios, só me tenha chegado aos ouvidos mais de 50 anos depois de ser gravada e, ainda assim, mercê da intervenção de uma daquelas pessoas que me reconcilia com a continuidade da espécie humana.

Essa frustração miudinha advém do que me parece ser a tendência para deixar as expressões do que é um (ou vários) pensamento pelo menos válido e de certa forma são, nas margens da expressão a que temos acesso, nas cimalhas das prateleiras da linguagem, onde só vai quem tiver paciência para subir o escadote ou se cansar de ter os tornozelos mordidos pela canzoada do mainstream. A imagem das cimalhas não tem a ver com qualquer ideia de “superioridade”, apenas de dificuldade de acesso. Há, porra; há mecanismos de auto-preservação deste sistema de símbolos e duas das suas principais armas são o ridículo e o white noise. Huxley ainda é um daqueles casos em que as pessoas conhecem o nome, até já leram o Admirável Mundo Novo, mas (MAS, claro, tinha que vir...) diz que ficou com a mioleira toda calcinada por mor da droga, não foi? Escreveu umas coisas sobre visões e o caralho, não foi? Ganda maluco, pá; inglês todo pipi e vai-se a ver era um janado daqueles!... Altamente! Mas outros, outros nomes, deixando-os apenas no volet de certa forma “contemporâneo”: Daisetzu Suzuki, Bertrand Russel, Alan Watts, Joseph Campbell, Christmas Humphreys, Witold Gombrowicz, Herman Hesse, mesmo... e sempre outros, outros nomes. Pode parecer uma salganhada, mistura de alhos com bugalhos; o que é facto é que todos eles foram num momento ou outro ridicularizados (alguns “reabilitados”, depois; alguns não) ou apenas ignorados porque o que diziam e escreviam não cabia na opinião dominante. É fácil: basta uma referência a escolas de pensamento orientais e lá vem o carimbo “ah!, é new age/auto-ajuda/mais um com a mania que é guru/tipo-Paulo Coelho”... Mais a mais se o discurso é simples, tendente a re-simplificar a visão sobre certos aspectos, logo se gera um “consenso académico” sobre a falta da validade de tudo aquilo, “disparates” sem solidez – porque ameaça o “Estado de coisas”, porque convida a pensar. E esse, esse é o novo pecado original. Pensar é impróprio, ainda para mais se não se consegue responder de imediato à pergunta “em quê?”. É uma vergonha e não deve ser feito em público...

Em virtude disso, passei por 17 anos de ensino sem que ninguém tenha tido a decência de explicar que o instrumento utilizado para tal, a linguagem, é apenas UM sistema de símbolos, conservador por natureza, que se arroga poderes que não devia ter como o de recusar considerar como válida qualquer experiência que não pode ser reportada por aquilo que se “costuma dizer”. O mesmo sistema que nos deu o conceito de “extraordinário” rejeita tudo o que não seja ordinariamente transmissível. Eu fui educado com uma linguagem absolutista e é ainda sob o seu jugo que vivo. E não tenho espaço, chiça. Não há espaço deixado fora da linguagem porque esta merda desta mente não se CALA, não consegue deixar de pensar com palavras, sempre e sempre e sempre...

Porquê, alguém me explica porque é que nas aulas de inglês no Ciclo Novo de Tomar não me mostraram a palestra do Huxley como inciação à língua inglesa em vez da tonteria do “Love me do” dos Beatles?

domingo, 1 de novembro de 2009

ANTÓNIO SÉRGIO (1950-2009)



Obrigado, pelo Som da Frente, principalmente.