terça-feira, 31 de março de 2009

Três anos e meio


Houve um dia em que cheguei a Tóquio e hoje estou cá. No que toca ao tempo, é a única referência que importa. O título é um mero consolo para as convenções.

Hoje estou cá; daqui a uns meses não estarei. “Meses” é uma abstracção. É importante ter isto presente. O tempo é uma abstracção. A existir, o tempo é uma permanência, de total imutabilidade. O que “passa” somos nós, nós é que somos impermanentes. Não é o “número” de anos que traz o declínio; é o uso. O que há-de vir já cá está, assim como o que foi aqui continua. Quando o Johnny Rotten gritava “No future” estava longe de saber a verdade inquestionável que lhe saía da boca.

Não me lembro de ter feito planos. Escolhas, fiz uma ou outra. Pode-se passar uma vida inteira sem escolher coisa alguma. Há um “sistema”, como dizia o Animal sobre as calculadoras (perdoem-me a críptica reminiscência de infância...), e a vida pode acontecer-nos completamente dissociada da vontade. ALERTA: isto são palavras. Só isso. Se as lerem como conceitos, isso já é culpa vossa. A linguagem é um passatempo; a linguagem não responde a nenhuma necessidade; a linguagem é um prazer; a linguagem não devia ter “valor”; não foi concebida para isso – até que os palhaços dos Sumérios acharam que sim... As palavras não “dizem”; são precisamente uma evolação do indefinível e do indizível; uma palavra tem tanto significado como um pingo de chuva. Significado temos nós, somos nós. Nós é que aceitamos esta alucinação colectiva de que há regras para a linguagem; nós é que voluntariamente carregamos o jugo de aceitar e “entender” regras expressas em linguagem. Este é o “sistema”. Há linguagem como calçada e podemos seguir sempre por ali, sem sobressaltos e sem escolhas – sem escolhas reais, pelo menos; podemos ter a ilusão que optamos.

Quando é que terá sido?... Quando é que a linguagem ganhou este valor absoluto? Podemos não acreditar no que nos dizem, no que lemos – mas não duvidamos da linguagem em si. Se calhar devíamos. Pelo menos de uma linguagem como a nossa, que o uso deixou retalhada em pares de opostos. Antónimos. Parvónimos. Há um caracter japonês cujo significado me foi transmitido da seguinte forma: “estás no meio de uma ponte e podes ir para um lado como podes ir para o outro”. Ou seja, o mesmo símbolo transmite a ideia de “para a frente” e “para trás”, devolvendo-nos a noção básica de que tais noções – para a frente e para trás – implicam apenas sair de um ponto para outro; implicam exactamente a mesma acção: um passo é um passo, seja para a frente ou para trás. A burra mija... imaginemos que uma burrica transitava pela Auto-estrada do Norte, sentido Lisboa-Porto. Perto de Aveiras, a burra quer urinar. A burra encosta à berma e roda sobre si 180 graus, para poder verter águas olhando a igreja de Aveiras e pensando no bom vinho da sua Adega Cooperativa. A burra alivia-se num generoso jacto e esfrega-se nos rails de protecção à laia de papel higiénico. Pergunta: a burra mijou para trás ou para a frente? Percebem o maniqueísmo, a estupidez de tudo isto? Para trás e para a frente de quê?! Antes e depois de quê?! Melhor ou pior que quê?! Aceitamos a linguagem como um edificado lógico quando ela assenta precisamente em nada. NADA!!!

Todavia, aceitamos. Eu também. Não me lembro de ter feito planos. Mas, porque assim está escrito, – não no sentido fatalista do termo mas porque alguém o escreveu – hoje estou cá e daqui a uns meses não estarei. Não estarei porque “é assim”. São as regras... Não; não são as regras. Há uma folha de papel com uns símbolos convencionados (letras) dispostos de uma forma que reconhecemos (os alfabetizados) como querendo dizer que este ano (série de números correspondentes a um ritmo) é altura de deixar Tóquio e ir para outro lado. Alguém escreveu uma frase, num outro dia qualquer, que implica que, num outro dia qualquer, eu saia daqui. Tudo calcetado; “é por ali”. Claro: foi-me dada a ilusão da escolha; “podes optar pelo próximo destino” – porque também isso foi redigido. O que a linguagem me deixou vedado foi a opção “deixem-me estar”...

Ainda que escolhesse a página em branco de mandar a linguagem às urtigas, ela é insidiosa. Está em todo o lado, a cabra. Está, também, aqui, neste facto singelo: diz que há “países”. Diz que eu não sou “daqui”. Diz que para eu pisar esta terra – como outras terras – é preciso ter um estatuto contemplado na linguagem. Porquê? Ui, isso é complicado; mete o Estado, os impostos, a identidade nacional... coisas técnicas, percebe? O que é natural e parece bem é cada um com a cor de cabelo com que nasceu. Ou passas a ser dos nossos ou és dos outros e não cabes cá. Por mais saudável que uma linguagem seja – e a japonesa até o é – nenhuma linguagem é perfeitamente sã: também o japonês tem um caracter para “estrangeiro”, para “gente de fora”, para os que “não são como nós”, para “fronteira”. O que é um estrangeiro? Que sentido é que faz definir pela negativa aquilo que existe, afirmativamente? “Fulano é estrangeiro” – esta frase é uma falácia. Qualquer coisa mais aproximada à verdade limitar-se-ia a “Fulano é.” O verbo ser não precisa de – NÃO PODE SER – complementado. É absoluto. Daí que, o que presumo seja de especial interesse para a Vara, a única resposta plausível para a questão “És paneleiro?” seja “Não; sou.” Quando é que deixámos escapar esta noção absoluta? Nós somos. Porra; é magnífico! Somos. Existimos. Estamos. Não é “preciso” mais nada. Não “somos” mais nada. Podemos adjectivar-nos à vontade; é um prazer imenso fazê-lo – mas confundir isso com “aquilo que alguém é” equivale a confundir o olho do cu com a feira de Beja.

A linguagem não me deixa estar. A linguagem não me exorta a acção – pelo contrário, a linguagem limita grandemente aquilo que eu penso que posso fazer. Porque eu, pelo menos, eu penso com linguagem. É a ferramenta que tenho. Há quem o faça em imagens, ao que me dizem, ou num processo qualquer que evita palavras. Mas eu penso por extenso, numa bela caligrafia cursiva com respeito pelas margens. E NÃO QUERO!!!! Não, não oiço vozes na minha cabeça – só queria deixar de ouvir a minha caligrafia...

Começando a questionar a linguagem, esboroa-se tudo. Sobra o verbo: sou. “Eu” já é espúrio; já é em si um convite à oposição. Sou. E está tudo bem. Tudo se afigura leve, interessante, simples, risível. Um dia destes pediram-me que preenchesse o mapa de férias... O que eu me ri! “Ora portanto... há estas linhas que se cruzam e estes quadrados significam os meus meses e eu ponho aqui uns números que significam dias, é isso?”... Não é divertidíssimo?... Quando nos apercebemos de que tudo isto, como um destes dias me apercebi enquanto escrevia ao Lourenço, está preso por cuspo – literalmente; cuspinho, saliva – quando nos apercebemos que todo este edifício é ilusório, está mesmo tudo bem. E mal. Exactamente ao mesmo tempo. Está tudo. E nada. Está. E não está. Não faz sentido? E o sentido, o que é? Porra, é magnífico! Sim, isto sou eu a adjectivar o que é.

Diz que há uma calçada. Diz que eu não sei. Diz que há aqui uma coisa das muitas que não cabe na linguagem; daquelas que, como a chuva, não precisa de tradução. A ver se me calo e penso ou se finjo que escolho.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Para lá do Marão mandam os que lá estão

E como não há uma sem duas: PARABÉNS, MARONÊS!

Que contes pelo menos tantos como o Vareta, e que as articulações te deixem ir fazendo uns swings e assim.

O sketch é velhinho, já sei, mas foi o que se arranjou. :)



Parabéns, Vareta! Miúdo giro!


O CULTO DO CHÁ




(Dedicado ao Vareta Funda, prezado amigo, no seu aniversário)

‘No Dai Nipon, o consumo do chá é feito com desvelo e reverência. É com graciosa devoção que o japonês serve o chá aos mais prezados convidados. É com grande precisão ritualista que o chá é preparado na presença do convidado e nos gestos simples repousa, com circunstância o mais essencial da alma japonesa. Do gokku, o chá-verde pulverizado prepara-se, com elaborada cerimónia, uma acre beberragem, que traduz uma íntima homenagem do anfitrião, por aquele que acolhe em sua casa. São as mais tenras e jovens folhas da Camelia sinensis, as primeiras que abrolham em bucólicos pomares de pessegueiros floridos, que servem para a cerimónia do chá. É frequentemente a esposa que obsequia o visitante com o chá. A precisão do gesto, que envolve todo o corpo e olhar, traduz assim mesmo, este obséquio. Aos olhos do europeu, tal cerimónia evoca um acto religioso, mas não se trata exactamente de culto, como numa religião. A cândida rudeza da Natureza é evocada pela presença das flores na jarra, no propositadamente imperfeito copo de barro ou no bule de ferro com alguma ferrugem aflorando já. Uma vez, uma senhora japonesa recebeu em sua casa um distinto cavalheiro aposto ainda de velhas insígnias familiares samurais, dizia-se e, decidiu seu marido obsequiar o ilustre convidado com a cerimónia do chá. Acontecia no entanto, que devido a um consumo excessivo de ameixas salgadas amasake e miso, a senhora se via a braços com violentos ataques de fermentações intestinais. Assim, durante a cerimónia do chá, enquanto manipulava os instrumentos de bambu, viu-se na circunstância de se aliviar, o que aconteceu estrondosamente e acompanhado de muitos e repenicados molhos. A senhora enrubesceu e o convidado, lívido de espanto e tolhido por tão inconveniente alívio, não teve outro remédio senão praticar o hara kiri mesmo ali, sem mais delongas. O sangue jorrou em borbotões para cima da desonrada senhora e dos seus utensílios. A vergonha abateu-se sobre aquela casa e esmaeceram no seu quintal os amorosos pessegueiros. O marido, no silêncio de seu quarto, logrou também retalhar voluntariamente as vísceras, pelo que a mulher mandou queimar a casa com os criados lá dentro; salgar os campos, desenterrar os antepassados e espalhar as ossadas ao deus-dará. Daí em diante, a mulher prostituiu-se nos arrabaldes mais viciosos de Tóquio para consumar um auto-infligido castigo pior que a morte: com bêbedos, leprosos, condutores de riquexó e plastificadores de cartões. Desgrenhada e piolhosa, percorreu ensandecida e por sobre o lamacento esgoto, as ruas dos arrabaldes, fumando ópio e dando a este e aquele todos os orifícios naturais para que deles se servissem a seu bel-prazer como vazadoiro de veneais exúndias e, em geral, de todas imundícias que expeliam dos corpos doentes. A desvalida já nem retinha as fedentes massas excrementícias nas suas próprias entranhas, pois lassos e esgarçados achavam-se-lhe os orifícios. Comida pelas pulgas, um dia, arrastou-se para um canto cheio de lixo e surgiu-lhe um monge. Era o monge Vare Tah Fun Dah, renomado e sapiente ancião, que no segundo em que a fitou ficou seguro de salvar a sua alma sofredora. ‘Retira o grosso talo de gengibre que tens na boca do corpo, mulher e levanta-te, pois a tua honra te devolverei se me retribuíres um favor’- disse. ‘Mas, homem-santo, se retirar o talo de gengibre, esguichará no beco podre gordura, pois estou com o período…’ ‘Mas, tu não estás na menopausa – ò velha encanecida e desgrenhada?’ ‘Não, monge, eu tenho vinte e dois anos!’ Nisto o monge logrou apanhá-la por trás e zurziu-a com toda a força contra uma parede até ela esguichar pelas orelhas e nisto – vzzzzzzzzzzzzzt – ela atingiu o satori, ou Natureza de Buda. E o monge foi-se embora para nunca mais voltar. Viu a mulher que, afinal, era ilusória a sua desonra e plantou mesmo ali um pessegueiro’.

domingo, 29 de março de 2009

Turning Japonese

Podia estar aqui com conversa da treta, mas falta-me o tempo e não me ocorre nada de divertido, oportuno, relevante, remotamente interessante ou sequer minimamente engraçado, maneiras que, uma vez que é quase meia noite e não sou dado a superstições e palpita-me que o Vareta também não, cá vai disto:

PARABÉNS, VARETA, GRANDE CORNO (salvo seja...), QUE CONTES MUITOS E COM SAUDINHA (DA BOA)!!!!

Podia ter ido buscar o Big In Japan dos Alphaville, ou o Japanese Boy, da Aneka, mas olha que porra apeteceu-me meter esta, a verdade é que dei com isto há bocado, por mero acaso, já não ouvia esta música para aí desde 1973, maneiras que cá vai disto.




The Vapours - Turning Japanese - 1980

I've got your picture of me and you
You wrote "I love you" I wrote "me too"
I sit there staring and there's nothing else to do
Oh it's in color
Your hair is brown
Your eyes are hazel
And soft as clouds
I often kiss you when there's no one else around

I've got your picture, I've got your picture
I'd like a million of you all 'round myself
I want a doctor to take your picture
So I can look at you from inside as well
You've got me turning up and turning down
I'm turning in I'm turning 'round

I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so

I've got your picture, I've got your picture
I'd like a million of them all 'round myself
I want a doctor to take your picture
So I can look at you from inside as well
You've got me turning up I'm turning down
I'm turning in I'm turning 'round

I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so

No sex, no drugs, no wine, no women
No fun, no sin, no you, no wonder it's dark
Everyone around me is a total stranger
Everyone avoids me like a cyclone Ranger
Everyone...

That's why I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so

[guitar]

Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so
Turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so, think so, think so
I'm turning Japanese
I think I'm turning Japanese
I really think so

Banco de Esperma

sábado, 28 de março de 2009

Diss iz uai ui lave uímen....

Luk au ápi chi luques..........

**






** Diss image chud bi muving and de garl chud bi cimiulating a blaudjób.
Sôu............ uai da faq dasantit muve? Faquin'xit!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Sangue e gorduras obtidas a partir de carcaças de porco




My personal beliefs regarding the after-life are utterly straightforward: when you die, your soul leaves your body, rises up and gets stuck on the roof.

The Universe is the intestine of God and we are the turds in it..

My preferred portuguese meal is going to a cemetery and eat a ‘pee-pees’ dish out of a six-month dead body. No chicken feet on top, nor necks, please. Duck beaks in garlic sauce are ok, too.

The name I like most is ´Reservoir’, for instance Reservoir de Freitas Branco, or Reservoir Van Zeller Zuzarte Silva.

Palavras que abomino:

Borbulho.
Cachaceira.
Chicha.
Pescoceira.
Sovaqueira.

Animal: as peixas.
Pedra: grande.
Planeta: Agostini.

Frase em língua que não-existe: ‘Ima catrefa catchaporra, colherent iscrifuque belharofe. Cuntivet pleurunque chulhufute concanhoque enda catunbela gogo triatru bom cucocastrofe’.

Pérola de Sabedoria em língua que não-existe:
‘Xarramor clharaque binderre fistobunte. Ah! Parrafonte snigrufe calhoane ib stundelato. Belharaque onta bisnote trunfatunga besoal nim gustifurre calhordefe. I maltum gos gunhatim gunhatim inta se sporre’.

Felicidade: sexo anal de três em três horas, com gajas que consigam segurar o miolo da tripa.

What I wish the most for, is to stick my own knee up my rectum to enhance bowl transit and be slimmer and thus saving a lot of money in those little yogurts that put your organism to work.

Pessoas muito religiosas…

terça-feira, 24 de março de 2009

The Undertaker sketch, Monty Python, 1971 - II

Crakle, crackle, crackle.

'Not raw. Cooked.' - Esqueci-me desta.

'well, I do feel a bit peckish': Eu não tinha percebido á primeira: pode ser: 'bem, eu até estou aqui com um ratinho' ou 'eu até sinto uma certa larica' (Ah ah ah ah ah ah ah ah!...cum caralho). Ninguém é perfeito, a minhas desculpas.

segunda-feira, 23 de março de 2009

SKETCH DO CANGALHEIRO (MONTY PYTHON, 1971)



Humor clássico, fresco e simples.

CANGALHEIRO – Bom dia.
HOMEM – Bom dia.
C – Em que posso ajudá-lo, cavalheiro?
H- Hum..Será que me pode ajudar? É que a minha mãe acabou de falecer…
C- Certamente. Podemos ajudá-lo. Nós lidamos é com quem estica o pernil.
H- Desculpe…? Como diz?...
C – Bom. Há três coisas que podemos fazer com a mamã. Enterrá-la, queimá-la ou deitá-la fora.
H – Deitá-la fora?...
C – Deitá-la ao rio.
H – O quê?
C – Ah, o senhor gostava dela!
H- sim, gostava!
C- Oh então está bem, não a deitamos fora. Podemos enterrá-la ou queimá-la.
H – Bem, o que recomenda?
C- Bom, são ambas desagradáveis. Se a queimarmos ela fica esturricada nas chamas, assim estaladiça e é um bocado chocante se ela não estiver ainda bem morta, mas é rápido e depois damos-lhe uma mão-cheia de cinzas e o senhor pode fingir que são dela.
H – Oh.
C – Se a enterrarmos ela é comida por escaravelhos e umas larvas horrendas, o que é bastante desagradável como lhe disse, se ela não estiver ainda bem morta.
H- Estou a ver. Mas ela está mesmo morta.
C – Mas onde está ela?
H – Está aqui neste saco.
C- Posso espreitar. Ela parece bastante nova…
H – Sim, sim. E era.
C – Fred! (grita para as traseiras da loja).
FRED – Sim, o que é?
C – Acho que temos aqui um daqueles que os come!
H – O quê?...
Um segundo cangalheiro assoma-se à porta das traseiras.
FRED – Ok . Então vou já por o forno a aquecer.
H- Desculpe…er … está a sugerir que eu coma a minha mãe?
C- Sim. Estufadinha com umas batatinhas fritas, uns bróculos e molho de ruibarbo…
H – Não sei…estou algo renitente…
C – Óptimo!
H - Pode por umas cheróvias?
C – Fred! Põe também umas cheróvias!
H – Realmente…em boa verdade, eu acho que não devia…
C – Escute, combinamos uma coisa, nós comemo-la, mas se depois o senhor se sentir um bocadinho culpado, nós podemos abrir uma sepultura e o senhor vomita lá para dentro.


(Tradução livre, AdaS, 2009)

domingo, 22 de março de 2009

A NEW GAME FOR THE FANS






Dedicado ao chOURAS, fininho, fpm, Z e g2, com o intuito de vos proporcional momentos plenos de alegria e boa disposição.

É jogado com um dado, um torno, e os tomatinhos do personagem aqui do lado.

Cada jogar lança o dado e aperta o torno tantos quartos de volta quantos o número que lhe saiu em sorte. Ganha o primeiro a conseguir,...liquidificá-los!

Diverti-vos.

sexta-feira, 20 de março de 2009

ACERCA DOS PRESERVATIVOS



Caros fieis, cáfila de velhas beatas, escuteiros, meninas do Colégio do Planalto e homossexuais católicos esquizofrénicos. Venho aqui falar-vos de preservativos, assunto sabia e oportunamente alvitrado na visita que o nosso amado Papa Bento XVI ora faz ao continente africano, apesar de poder vir visitar a Damaia, que era o mesmo. Para as múmias mais velhas, esclareço que os pre-ser-va-ti-vos são aquelas coisas de borracha transparente que vieram substituir as bexigas de porco com um atilho na ponta que os vossos maridos - que deus tenha em descanso - usavam para vocês não terem de abortar tantas vezes. Vejo que vos agitais, pois o tema traz implicitamente a vossas mentes embotadas a desprezível, horrenda e demoníaca questão do SEXO. E sexo aqui na igreja só eu com o sacristão e estes acólitos mais pequeninos que têm uns cuzinhos glabros e redondinhos. Até me babo no altar, pázinhos... Mas adiante. Quem usa preservativos é porque é promíscuo e quer andar aí a molhar o pincel a seu bel-prazer nesta e naquela. Por isso é bem feita que apanhe sida, blenorragia, herpes, gonorreia, lombrigas, síflis, hepatite e chatos e depois morra. Reparai que há demasiados pretos em África. São tantos que um gajo mesmo que quisesse ir a uma discoteca na Ponta do Ouro tinha de certeza que levar com um porteiro preto; ou se fosse á pesca do espadarte na baia de Luanda, de certeza que tinha que ver algum preto, mesmo que fosse ao longe a trepar a um coqueiro ou a revirar um caixote do lixo. Assim, como – e muito bem – o nosso querido santo padre quer dizer- quanto menos os houver melhor, porque nas obras os moldavos trabalham melhor e não põem transístores aos berros com kizomba. Esses libertinos que querem sexo com este, ou esta e aquele ou aquela e andam sempre com caixas de durex naquelas bolsas a tiracolo não têm lugar no seio da santa madre igreja e são, passo a enumerar, os pretos, os monhés, os chineses, os liberais, os esquerdistas, os jovens, os comunistas, os judeus, os ciganos, os emigrantes, os croatas, os ucranianos, os romenos, os russos, os brasileiros, os artistas de teatro, paneleiros, lésbicas, os estrangeiros em geral, os ateus, os agnósticos, os prostestantes, os cabo-verdianos, os jeovás, os muculmanos, os deficientes, os hindus, os socialistas, os da igreja de Filadélfia, as pessoas mal vestidas ou despenteadas, os que usam ténis, os jornalistas, as pessoas de cabelo encaracolado, as mães solteiras, os sindicalistas, chungos do subúrbio, os drogados, os pobres, as pessoas que vêm muita televisão ou que lêm jornais, os bloquistas, os maluquinhos, os maçons irregulares, as pessoas com mais que o segundo ano do ciclo preparatório, os marinheiros de carreira, os professores, os alentejanos, os anormais com piercings e tatuagens, os homens que não usam gravata, os que não vão a Fátima, os divorciados e as mulheres que fumam. Têm lugar aqui na igreja, os bons católicos, como sejam as beatas que odeiam ciganos e pretos, os ladrões arrependidos, os escuteiros homossexuais, infantilistas e neo-nazis; os idosos que dão o golpe na bicha da padaria, as numerárias da Opus Dei, as solteironas, as freiras – mesmo que tenham andado a esfregar as amêijoas umas nas outras – os proprietários de prédios aqui do bairro que comem cozido à portuguesa ao domingo no restaurante aqui ao lado da igreja, ingénuos em geral, professores universitários gay que querem subir na carreira e talvez deixe entrar costureiras. Agora, ide, rezai e não se esqueçam de pendurar um terço no retrovisor ao lado da figa, do barrete de campino e do corninho que dá sorte.

quarta-feira, 18 de março de 2009

O Ícone



terça-feira, 17 de março de 2009

A REVELAÇÃO




Alvíssaras, amiguinhos!

Eu, Assento da Sanita, venho aqui declarar solenemente que desisti do sexo. Não me interessa: é inútil, pouco higiénico e só servia – quando faltava – para me angustiar e me fazer sentir o mais desgraçado dos homens. Assim, desisto, abdico, deito para trás das costas. É passado. Vade retro! As malvadas hormonas que durante décadas enganaram o meu pobre cérebro, que agora bem podem malhar com força nos meus receptores de dopamina, serotonina, vasopressina e ocitocina que eles estão embotados, secos e empedernidos. Dedico-me agora à elevação espiritual. Mas é um porvir e um fado que tenho, pois eu na minha primeira reencarnação, já tinha abdicado desta animalesca actividade em favor da carpintaria primeiro e depois da pregação e milagres. Sim, espantai! Tenho guardado silêncio estes anos sobre quem realmente sou: é verdade, caros amigos, eu sou Jesus Cristo. Não disse antes porque sou um gajo modesto. Não vos ocorreu que não é coincidência que as minhas iniciais (para aqueles que sabem qual o meu nome próprio) sejam JC? E o meu cabelo e barba amiúde longos e o meu gosto por sandálias, pescadores, secar figueiras, transformar pedras em vianhinhas de mistura, privar com prostitutas arrependidas, esbandalhar estaminés de vendedores ambulantes, ir á sorrelfa a igrejas para matar saudades do meu maior momento de fama e glória (e confesso que dos meus truces principalmente…)? Sexo? NÃO! Repudio! Adeus cunilingus, anulingus, coitus interruptus, clitóris e outras alocuções latinas. Adeus despesas disparatadas em flores e restaurantes japoneses caros, conversas da treta sobre cinema francês e Fernando Pessoa, música romântica, after-shaves com feromonas sexuais, macumbas de amarração e cuecas fio-dental leopardo. Já pedi para falar na ONU, para anunciar que o Reino do Céus começa agorinha mesmo, mas não me respondem ao email. Vou instituir como alimentação oficial apenas óstias, maná e pão ázimo. O sexo vai ser proibido, excepto os minetes, sobretudo durante infecções com Candida albicans das nossas esposas legítimas (para quem tem, claro) para obviar abcessos dentários pois toda a gente sabe que os antibióticos vêm dos fungos (Z?...). E colonoscopias rectais com sondas biológicas, que é o ultimo grito da biotecnologia. Refiro-me aquela de deus nos deu com veias e pêlos. E massagens à epiglote com a mesma sonda. E coisas assim nos orifícios que desejem, mesmo o auricular, axilar ou interdigital.Façam o que quiserem, quero lá saber. Quando morrerem vão para o cemitério, não vão para o Céu...pfff... Buracos em abóboras, melancias, de cabrinhas, oliveiras,o que vos aprouver, aventesmas. Deus Nosso senhor vos guarde. E duques.

(P.S. Também ando desconfiado que sou o Pai Natal)

domingo, 15 de março de 2009

As mulheres, essas intrometidas!



sexta-feira, 13 de março de 2009

Terra Nova

Para sabermos para onde vamos, nem que seja só até ali ao virar da esquina, convém saber de onde vimos, nem que seja só um pouco atrás, mesmo ali, ao fundo da rua.

O National Film Board of Canada mais o Santa Maria Manuela dão um empurrãozinho.

Mesmo, mesmo, até ao cachaço, aqui

quinta-feira, 12 de março de 2009

Antigamente é que a missa era boa, pá.




Caros imbecis mascadores de óstias, beijoqueiros de terços, irresponsáveis infantilóides, que acreditam que no Céu alguém toma conta de vós em vez de vós próprios. Venho aqui falar-vos do Santo Padre, o nosso querido Papa Bento XVI. Eu sei que ele tem cara de rato, um ar vicioso, é um bocadinho nazi, obscurantista, ultra-conservador, fascistóide e só diz disparates incoerentes e é provavelmente ateu e homossexual. Mais, que continua a culpabilizar (aliás a especialidade da casa, a culpa) os judeus por terem assassinado Jesus e a rezar pela sua conversão. Por falar em rezar. Que acharíeis vós, ò cretinos, de alguém que fala com um amigo imaginário que nunca lhe responde? Hã? Eu diria que, ou tem menos de seis anos de idade ou merece ser internado em regime de electrochoques diários, a ver se atina, portanto. E se alguém acreditasse, sem outra razão, no relato de tal alienado, sendo ele um pastor semi-nómada que via coisas? Todos sabemos que os pastores são quase só os atrasadinhos das aldeias. Naquele tempo não devia ser diferente. Mas voltando ao Papa, que usa sapatos vermelhos de estilistas, saias e chapéus de palhaço. Ele também retirou a excomunhão aos partidários do Monsenhor Lefévre, que queria continuar com as missas em latim e mandou os ecumenismos ás urtigas. Eu, o vosso amado pároco Hélder, também concordo com missas em latim. Assim vocês, seus pedaços de asno, a partir de agora vão gramar com a missa em latim e é para quem quer. Ora aqui vai. Activitatum eroticarum pars sunt positiones coitus; primum positio missionaria, qua sub viro mulier iacet et amatur, tum positio equestris, qua mulier supra equitat et vir infra amore fruitur. Deinde novimus positionem a tergo, cum vir a posteriore situ mulierem debattuit; quarto positio ligularum, qua amantes ad idem latus versi se delectant, tunc positio qua vir muliebria et femina membrum virile lambunt. Coitus oralis voce omnes actus sexuales continentur, inter quos ore, lingua, iugulo utuntur amantes ad membra genitalia incitanda. Siquis in actu mentulam in ore habet, id schema appellatur fellatio. Vir et femina, qui fellant, fellator et fellatrix appellantur. Siquis cunnum lingit, ea tandem appellatur cunnilinctio.Cunnilinctio (ab obscaena cunni voce et a lingendo) est actus utendi ore ac lingua ad stimulanda feminae genitalia, inprimis clitorem. Siquidem minus quam tertia pars feminarum arrigunt facile in coitu, masturbatione et cunnilinctione alia via possunt contingi gaudia.Fellatio est incitatio oralis mentulae, qua glans penis erecti in ore inici solet, dum reliquae penis partes manibus palpantur; testes et penis quoque totus lingi possunt. Saepe fellatur ad erectionem incitandam coitumque praeparandum (cf. enim Hor. epod. 8, 19 sq.: quod (sc. fascinum) ut superbo provoces ab inguine, ore allaborandum est tibi). Qui fellatur, liquorem prae-eiaculatorium cum saliva fellantis ita commingere solet, ut mentula humidior et ludus ipse iucundior fiat. E isto é o que tinha para vos dizer hoje. Missa est e duques. Vão, cornos mansos, broncos. Ide, ide.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Queens of the Stoneage - Make It Wit Chu

Para que conste, nada me move contra os biscoitos do Capela.

terça-feira, 3 de março de 2009

OS biscoitos



Caros amigos, não é que eu tenha nada contra os minetes. Mas nem só desse tipo de degustação vive o palato. Atentem por exemplo, nesta apetitosa imagem dos biscoitos de J.Capela, confeccionados na Messejana. Macios e estaladiços ao mesmo tempo, e com um aroma a canela e limão que nos proporciona êxtases místicos dignos de Sta Teresa. Ide lá comprá-los, ide, e recuperai "o tempo perdido".