terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Mamas!

Que é como quem diz, e quase, quase, com atraso:


PARABÉNS, FININHo!!!!!











E, LAST BUT NOT LEAST:




(E depois nao digas que nao vais com nada!)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Castidade










Catecismo da Igreja Católica, §2395:

«A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa».

«Inclui a aprendizagem do domínio pessoal».



terça-feira, 23 de dezembro de 2008

NO NATAL, ESQUEÇAMOS JESUS



Estava Jesus dormindo nas palhinhas quando o burrinho se levantou e obrou copiosamente. Enroscou-se outra vez no canto, junto á manjedoura e adormeceu novamente. A vaquinha abanou o túrgido úbere e mugiu docemente, como que perguntando pela ordenha, que tardava. Mas como ninguém lhe acudia, voltou a adormecer. Na modorra quente do estábulo, José acomodou-se no monte de palha e voltou a ressonar. Maria, a mãe, pegou no menino e pô-lo ao peito. Em menos de um minuto dormiam os dois embrulhados numa manta de lã. Belchior, Baltazar e Gaspar dormiam a sono solto numa estalagem perto de Belém. Dormiam os camelos dos três homens sábios; dormiam os anjos no céu e deus, no sossegado canto cósmico do Universo parado, onde apenas cintilavam silenciosamente as estrelas sobre o ar frio. Dormia Herodes, embriagado, segurando ainda a sua taça; dormia Salomé e dormia João sob o céu do deserto; dormiam sobre as redes, alguns apóstolos que ainda não sabiam que o eram e também Saúl o cobrador de impostos; dormia uma cruz que um dia havia de suster o supliciado Jesus e dormia Simão de Cirene que o peso dela haveria de ter nos ombros; dormia uma esponja com vinagre e um par de dados, dormiam um ceptro de cana e dois soldados e dois ladrões. Dormia um homem crucificado ao contrário sob o céu de Roma e dormia Roma. Dormia um pregaminho que tinha escrito Iesum Nazarenum Rex Iudeorum, o Egipto e a Terra de Canã. As terras de Gog e Magog e a Babilónia, que já não existiam, também dormiam na memória dos homens e dos livros; e assim dormiam também uma estátua de sal, uma coluna de enxofre sobre Sodoma e Gomorra e um bezerro de oiro. Dormiram os papas, Carlos Magno, guerras santas, Jerusalém, pestes negras, sambenitos, fogueiras e autos-de-fé. E dormiram tanto tempo e sempre, sem nunca mais acordar, até que todos deles se esqueceram quando despertaram.

FINIS

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

NO NATAL, LEMBREMOS O PAI NATAL



Era uma vez um velhinho amoroso, parquinsónico, que cheirava a urina e já tinha partido a bacia duas vezes. Gostava de sinceramente de crianças e costumava oferecer-lhes prendinhas. Chamava-se Pai Natal. ‘Pai’ do lado da mãe e ‘Natal’ do lado do pai. A mascar a placa esquelética, lá ia ele, inocente e bonacheirão, atrás de meninas de caracóis loiros, fazendo ‘tloc’, ‘tloc’ com a tripeça e chocalhando a urina na algália e apressando o passo o mais que conseguia. Era cromos, era barbies, era émepêtrês, era cuecas de maçapão com carinhas felizes, era drogas duras; tudo da sua magra pensão lhes comprava. Mas, as suas longas barbas brancas amarelecidas de porcaria e a puída roupa vermelha – e também por usar um grande saco ás costas – afugentavam as petizes. E o insalubre cheiro a bacalhau demolhado, esquecido no alguidar durante uma semana, também. Pai Natal chorava triste, pois as crianças de que sinceramente gostava, fugiam a sete pés mal o viam a menear as ancas à porta do centro comercial, no seu exercício de ginástica geriátrica matinal, dizendo: -andai cá pequeninos, que o tio Pai Natal tem aqui uma coisinha para os meninos. À medida que os anos foram passando e a demência senil ia fazendo das suas, Pai Natal só já oferecia coisas sem nexo aos petizes. Atentemos pois na lista de presentes que trazia no saco em 2007:
- dois safa-calos
- uma embalagem de pomito lencarte
- trezentos sabonetes Pati
- cinquenta quartas de cavalo cortadas com PCP
- meio-litro de lavanda Ach Brito
- placas dentárias recicladas dos amiguinhos que morreram nos últimos três anos.
- nove moedas de cêntimo
- maços e maços de talões de desconto do Minipreço de 2005
-uma peúga
- vinte cartuchos com músicas do António Mourão
- quatro bonecas vestidas de espanhola.

Com uma lágrima ao canto do olho, sofria por não ter o amor das crianças. Ia muitas vezes ao circo ter com um amigo palhaço, que enquanto fazia rir a bom rir a criançada, tinha o filho doente no hospital com uma terrível doença. Abraçados, choravam os dois muito, lavados em lágrimas.Um dia, acercou-se dele uma senhora muito bondosa; apiedou-se de Pai Natal enquanto ele soluçava com a cabeça entre os braços no vão de uma escada. Tinha fome, pois gastara toda a pensão em prendas, que as ingratas crianças não quiseram e não lhe sobrara um tostão para comer. A senhora foi-lhe buscar uma sopinha enquanto um cãozinho vadio se veio aconchegar nele com olhos meigos. Pai Natal levantou a cabeça e apenas viu escuridão: - estava cego. Chorou amargas lágrimas e a senhora, de coração cortado, chorou com ele. O cão uivava. Nisto, uma criança aproximou-se, pegou-lha na mão e disse: - ‘não choraindes, Pai Natal, olha à tua volta e vê quão belo é o Mundo. Não vale a pena a tristeza, arrebita, Pai Natal’. –‘Mas eu estou cego, não consigo ver nada!’. A criança tomou-lhe novamente as mãos e levou-o até o Rio Piedra, sentaram e choraram muito os dois e Pai Natal adoptou a criança e o cão.

FIM

domingo, 21 de dezembro de 2008

Movida I

Toreros Muertos - Mi Agüita Amarilla



Y creo que he bebido mas de 40 cervezas hoy
y creo que tendré que expulsarlas fuera de mí
y subo al water que hay arriba en el bar
y la empiezo a mear y me hecho a reir
sale de mi una agüita y amarilla cálida y tibia
Y baja por una tubería,
pasa por debajo de tu casa,
pasa por debajo de tu familia,
pasa por debajo de tu lugar de trabajo,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
Y llega a un rio,
la bebe el pastor,
la beben las vaquitas,
riega los campos,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
Y baja al mar,
juega con los pecesillos,
juega con los calamares,
juega con las medusas
y con las merluzas
que tu te comes.
Mi agüita amarilla, mi agüita amarilla,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
El sol calienta mi aguita amarilla,
la pone a cien grados,
la manda para arriba,
viaja por el cielo,
llega a tu ciudad
y empieza a diluviar.

moja a las calles,
moja a tu padre,
tu madre lava, lava con mi agüita amarilla.
Moja el patio del colegio,
moja el ayuntamiento
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
Y creo que he bebido mas de 40 cervezas hoy
y creo que tendré que expulsarlas fuera de mí
y subo al water que hay arriba en el bar
y la empiezo a mear y me hecho a reir
y me pongo a pensar
dónde irá, dónde irá,
dónde irá, dónde irá.
Se expandirá por el mundo,
pondrá verde la selva,
y lo que mas me alegra
es que mi agüita amarilla será un liquido inmundo,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

NO NATAL, LEMBREMOS OS POBRES



Esta história passa-se no meio do imenso pinhal siberiano. Era Natal e nevava sobre o telhado de colmo da modesta cabana. Lá dentro, Emílio tentava introduzir uma árvore de natal no recto, enquanto os seus filhos, com a fome, tentavam comer um resto de bolo-rei guardado ciosamente desde o ano passado. As crianças ranhosas e andrajosas tinham recebido as seguintes prendas do pai:
-Uma pá do lixo de plástico com piassaba.
-Uma vela com cheiro a pinho, que era um aroma exótico para eles.
-Uma ratazana fossilizada que Emílio tinha encontrado atrás do samovar.
-Meio biberon de vodka falsificado
- Um retrato de José Estaline pintado com café e uma mosca esborrachada, pintado com a boca pelos órfãos paraplégicos do orfanato ‘O Gulag’, ali perto.
- Uma miniatura transparente do submarino Kursk, que brilhava no escuro devido ao plutónio que a água lá dentro tinha diluída e onde uns bonequinhos de plástico imitando os marinheiros se afogavam de olhos arregalados.
- Um kit de detecção do vírus de imunodeficiência adquirida decorado com fotos de crianças carecas, magras como cães e cheias de pústulas que, por graça, dava sempre resultado positivo.
- Um coelho criado a menos de 200 metros da central de Chernobil, que era muito giro porque tinha duas cabecinhas e babava um muco verde dos olhinhos.
Nisto, Dimitri o mais novo, desatou aos berros agarrado à boca.
- Que foi, filho?!!... – perguntou Emílio.
– ‘Parti um dente na fava, pai! Buááááá!!!!...’

FIM

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

EXAME DE FILOSOFIA DO 11º ANO



Para a VD

Leia o seguinte texto:

Jean-Paul deixou-se escorregar no ânus de Simone. A frescura daquele orifício encantava-o. Sentia vibrações nas costelas flutuantes como daquela vez em que entalara o nabo no Tratactus Logico-Philosophicus, fechara o ópusculo bem apertadinho e se estimulara até ao clímax sobre as páginas do incunábulo. Melhor mesmo, só quando repetiu este acto de suprema liberdade sobre a Crítica da Razão Pura. Simone, arfando e movimentando o traseiro freneticamente, vai-lhe contando, de forma entrecortada, a seguinte anedota, cheia de insinuações existenciais:

‘Uma família cigana. O pai cigano quer foder a mãe cigana, mas esta faz-se rogada. Ao fim de alguma insistência, a mulher concede aceder aos desejos libidinosos do marido. Este avia-se depressa na porca cloaca da cigana e exclama: - aaaahhhh…até soube a pato! – O filho cigano, que entretanto entrara na barraca e tendo ouvido a interjeição do pai, diz – ai. Pato? Também quero! – e a mãe responde: - olha, Lelo, pede pato antes ao teu pai que ele ainda está a segurar no pescoço do animal’.

Jean-Paul ficou lívido, sentiu uma náusea que lhe subia da boca do estômago e, questionou-se se a essência precederia a existência ou o contrário. Tirou o marsapo do cu de Simone e enfiou-lho na boca até à epiglote. Isto para a calar e também limpar as fezes amareladas mas ásperas que lhe bordejavam o prepúcio, a entrada da uretra e alguns pêlos púbicos, enquanto formulava a seguinte reflexão:
‘Antes de Vivermos, a Vida é Coisa Nenhuma, - o homem começa por existir, isto é, o homem é de início o que se lança para um futuro e o que é consciente de se projectar no futuro. O homem é primeiro um projecto que se vive subjectivamente, em vez de ser musgo, podridão ou couve-flor; nada existe previamente a esse projecto; nada existe no céu ininteligível, e o homem será em primeiro lugar o que tiver projectado ser. Não o que tiver querido ser. Porque o que nós entendemos ordinariamente por querer é uma decisão consciente, e para a generalidade das pessoas posterior ao que se elaborou nelas. Posso querer aderir a um partido, escrever um livro, casar-me: tudo isto é manifestação de uma escolha mais original mais espontânea do que se denomina por vontade’.

-Que achas? - perguntou a Simone, enquanto esta resfolegava na carpete e sorria num esgar de absurda satisfação. Simone pensou um instante e retorquiu:

- ‘O que é que preferes para o jantar? Bolonhesa ou douradinhos da Iglo?’


P.1. - Explique, em três palavras, quais as relações entre o Existencialismo sartriano e o Manifesto Comunista.

P.2. Explique, até 5000 palavras, qual o significado metafórico das palavras / expressões em itálico.

tAnal, quadra de Amor e Solidariedade



(O Bob Dylan está em grande!)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Feromona - Psicologia

Ouvi os Feromona pela primeira vez numa tasca de Alfama a dar para o infecto onde me levaram o Vareta, o chOURIÇO e um certo Guitarrista.

O fumo cortava-se à faca. Na mesa ao lado, eram 2 ou 3 da manhã, uma típica família Alfamense, pai, mãe e filho com os primeiros dentes a despontar, tomava a bica e fumava uns SGês. A criança não: Mordia uns guardanapos (apanhados do chão, quiçá), babava-se, esfregava os olhos e andava por ali, com ar sonâmbulo.

Lá ao fundo, um grupo de travecas à paisana de tezes cerúleas(noite de folga?)bebia macieiras, vodkas e fumava em profusão. Dado que já estava familiarizado com as tendências de dois dos meus acompanhantes, não estranhei.

Nisto, um deles, já não me recordo de qual, saca de uma cassette (sim, uma cassette, e isto já se passou no Séc. XXI, mais uma boa razão para gostar de viver nesta linda terra) e pede ao dono da tasca que a ponha a tocar.

Entre o chavascal que os frequentadores da tasca faziam, a pobreza acústica do espaço e a provável má qualidade de gravação, o som era, previsivelmente, roufenho, baixo e apagado.

Mas eles conheciam a música e conseguiam acompanhar a coisa. Abanavam a cabeça e apreciavam a nova versão gravada naquela 'maquete'. Eu bem tentei, mas adrede. A única coisa que percebi foi que o tom da voz do gajo que estava a cantar se assemelhava ao de um dos convivas, e eu na altura, por causa dos niques e o caralho a sete, até pensava que ele só tocava guitarra.

Era o famoso Mustang. Refiro-me ao tema e não ao gajo, esse, era o vocalista dos Feromona.

Meses mais tarde, veio-me parar ao MP3 (o tema e não o vocalista) e recordei-me com agrado dessa noite. Ainda não saiu de lá (também, com a carrada de gigas que aquilo tem...).

Entretanto, os Feromona seguem a sua carreira e, pelos vistos, seguem em bom caminho: Em http://www.feromona.net/feromona_formulario.html pode sacar-se o disco, e à pala. Sugiro que aproveitem e o façam.

Eu fiz e dei com um belíssimo disco. Por fora, que o aspecto também conta (a fotografia é original e deZafogada), e por dentro.

Percebi porque é que os consideram numa das bandas mais significativas da nova onda do rock português.

E fiquei sem perceber (como dizia no outro dia o chOURAS, e bem) o que é que os Pontos Negros têm de especial para falarem mais neles do que nos Feromona. E já agora o Tiago Guillul mais o seu rock de inspiração católica, e outros que tais.
Francamente, também não percebo.

Leides e coirões, ficai com o videoclipe do primeiro single do primeiro álbum dos Feromona: "Psicologia".




PS: A Sra Enfermeira também não é nada de deitar fora...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Camper Van Beethoven... e os skins no relvado

Há muito tempo que não via skinheads.
De vez em quando lá se avista um ou outro, a ir daqui para ali, metido consigo, bolinha baixa, reminiscências de outros tempos.
Ocasionalmente lá se ajuntam, uma vez ao ano, no suposto dia da raça, mas que afinal é o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e portanto com um escopo bem mais amplo do que aquele que lhe querem dar... mas costuma ser coisa pouca, já mais no campo das efemérides do que outra coisa.
Aqui há umas Sexta-feiras atrás foi diferente. Comecei por me cruzar com 3 no meio da rua, o que, só por si, é sinal de mau agoiro. Pior que isso só um gato preto a passar debaixo de uma escada numa sexta feira 13 de lua cheia.
Seguidamente, e embora num ambiente em muitos aspectos bem distante da estética e cultura skin, lá estavam eles.
E não era um nem dois, não senhor. Eram aí uns... quatro ou cinco! Botas da tropa e Doc Martens, tatuagens nacionalistas, cruzes, 88's, teias de aranha (para além das da cabeça) e outras merdas que tais, cabeças rapadas, blusões em tons camuflados, bíceps inchados, etc... enfim... o questrume.
E o caralho é que bem contados, e descontando o efeito redobratício das superbocks, se calhar até eram capazes de ser oito ou nove... que é como quem diz, muitos. E no mesmo sítio.
E não gostei. Nunca gostei, e continuo a não gostar. As pessoas não mudam, é uma maçada, dizem uns. Ainda bem, digo eu, pelo menos neste caso.

E esta merda desta lenga-lenga toda, porquê?

Porque há pouco dei com esta música, de uns senhores que muito aprecio, antecessores dos grandes - ainda que pouco conhecidos - Cracker, que se queixavam de terem skins no relvado, e a mensagem pareceu-me sugestiva: levem-nos à bola!




Everyday I get up and pray to Jah
And he increases the number of clocks by exactly one
Everybody's coming home for lunch these days
Last night there were skinheads on my lawn

[Chorus:]
Take the skinheads bowling, take them bowling.
Take the skinheads bowling, take them bowling.
Some people say that bowling alleys have big lanes (have big lanes x2)
Some people say that bowling alleys all look the same (all the same x2)
There's not a line that goes here that rhymes with same (anything x2)
Had a dream last night but I forgot what it was about (what it was x2)

(Chorus)

Had a dream last night about you my friend
Had a dream I wanted to sleep next to plastic
Had a dream I wanted to lick your knees
Had a dream it was about nothing

(Chorus 2x)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

50 ANOS DA REVOLUÇÃO CUBANA vers. 2.0



Carlos Puebla - 'Hasta siempre comandante' (1965)

Ernesto Guevara de La Serna, médico dermatologista, revolucionário e guerrilheiro (Argentina, 1928 - Bolívia 1967)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA -VI



Perseu e Andrómeda

Perseu enfiou o seu calejado punho no ânus de Andrómeda até ao cotovelo. Devido à frequência bi-diária de tal prática moralmente discutível, Andrómeda sofria de declarada incontinência fecal, pelo que se deslocava normalmente de cabeça para baixo andando com as mãos para não deixar cair as fezes que lhe iam aparecendo no intestino. Tinha aprendido a fazer aquilo num circo, quando era pequena. Isso e andar de monociclo. Tal modo acrobático de locomoção tinha uma desvantagem: as suas vestes tapavam-lhe a cara e, como tal, Andrómeda ia parar onde calhava. Uma vez foi-se aliviar de premente aperto intestinal no oráculo de Delfos, o que foi uma vergonha pública e foi vilipendiada. Outra vez, apanhou um barco para a ilha de Sérifos, pensando que se deslocava para o palácio de Acrísio. Na ilha foi sodomizada á bruta por leprosos que deixaram várias porções corporais entaladas em Andrómeda e que depois muito lhes fizeram falta. Simónides de Ceos conta que, estes leprosos, por terem perdido parte do aparelho mictório, andaram semanas sem se aliviarem, pelo que as bexigas de alguns rebentaram aparatosamente, regando os transeuntes de cataplasmas de urina espumosa e já sediça e bocados de bexiga. Por seu turno, Perseu, como nunca sabia da mulher, frequentava prostíbulos baratos onde apanhava doenças. Melhor dizendo, nem eram bordeis: eram canis municipais, onde contraiu doenças de cão: tumor venéreo transmissível canino e sarcoma infecioso, cujos sintomas são o prepúcio ou a glande com aparência de couve-flôr, exsudação de corrimento do prepúcio e retenção da urina por bloqueio da uretra. Isto para além das pulgas, carraças, chatos, raiva, displasia da anca, estenose pulmonar e tendências coprofágicas mórbidas. A górgone Medusa era uma que tinha tinha. A tinha é uma doença da pele causada por ácaros que cavam sob a pele e lá depositam os ovos. Dá muita comichão e Medusa coçou-se tanto que fazia crostas purulentas na cabeça e caiu-lhe o cabelo todo. Também sofria de chikungunya, joanete e delírios. Mormente, julgava-se John Harvard que nasceu em Stratford-upon-Avon em 1607 e inventou o bidé. Perseu gostava de lhe agarrar a cabeça e amassar-lhe a epiglote á piçada, pois ela fazia estes serviços por uns trocos. Um dia, bruto que foi com tal prática - um pouco obsessiva diga-se pois era a toda a hora - arrancou-lhe a cabeça. Andrómeda, que entretanto voltava a casa após um involuntário cruzeiro às Maurícias quando ia apenas carregar o cartão da Carris, viu aquilo e abespinhou-se. Com razão, porque aquilo era um despautério para além de eventualmente indiciar infidelidade conjugal.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A beleza está logo ali...














...assim estejamos nós disponíveis para ela!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA -V



Acis e Galatéia


Galateia, nereide de alva pele, espero-te nesta praia, ao romper da alva, sedento de teus beijos doces e salgados; de passar os meus dedos pelos teus cabelos loiros e deles tirar alguma conchinha, algas, um sargo, camarões-de-moçambique, holutúrias, lesmas-do-mar ou mesmo fataças e chaputas. Quis Neptuno, que benévola onda te arrastasse despreocupada e brincando puerilmente na espuma, para meu regaço e o meu coração ficasse tolhido por teus olhos lânguidos, por teus seios pequenos, pela tua glabrescente e rechonchuda crica. Não sei se te lavas por baixo amiúde, mas também não faz mal, pois o acre cheiro a maresia que exala a tua natureza bem podia ser do mar e, o que gosto de a lamber até se me gastarem as papilas gustativas e rasgar o freio da língua. Alimentas-te de peixes e alforrecas, eu sei, não fossem as muitas espinhas espetadas na verga, que cato durante semanas a fio, de infectadas pústulas na glande, depois de ter arrombado, durante horas a fio, teu apertado e renitente traseiro. Mas não faz mal, deixa. Pelo menos não temos um filho com cara de bacalhau.

Eu, Polifemo, bruto ciclope de um só olho, ainda recordo a lancinante dor do espeto em brasa com que Ulisses, rei de Ítaca, em seus desmandes marítimos, aportando a minha ilha me logrou assim cegar. Mesmo na escuridão sinto teu cheiro Galateia. Faz-me vontade de comer uma lascada de bacalhau, não sei porquê. Urro solitário pelo teu amor e imagino-te sugando com sons de chupantes engasgos este meu insalubre marsapo enquanto borbotões de meu sémen te congestionam a epiglote, e eu zuca! Zuca! Zuca…Agarrando-te pelas orelhas te vou empurrando a cabeça contra a raiz do pénis, afocinhando-te nos tomates. Mato Acis, teu amante, pois morro de ciúme! Surpreendê-lo-ei na praia e enfiar-lhe-ei naqueles cornos de camafeu um pesado bajolo de granito, eh, eh, eh…até que os seus parcos miolos de fornicador de pescadas se espalhem sobre o espraiar das ondas. Assim, farei, ah, ah, ah!...

Oh doce amante, Ácis, que tua verga hirta não sentirei mais arrepelando-me o grelo até ao colo do útero. Era fininha e mal me tocava cá os badalos de meu cono, mas eu gostava de ti: teus cabelos aos caracóis, teu peito depilado, o teu rabo redondo e esse estranho hábito de me chupares o hemorroidal. Ah choro o meu amado e maldigo o monstro Polifemo! Corre o sangue de Acis, que Neptuno ora por divina piedade, transforma em rio, perdendo-se nas águas do mar, oh agora púrpura Talassa, para me lembrar sempre de sua triste desventura.

Por amor acometi tão vil acto, Galateia e repara neste nabo grosso, que pende de minha rústica tanga de ciclope. Repara nestas veias, que túrgidas, me sobressaem do escroto. Pulsa minha odorífera glande, quase esguichando translúcida langonha, tal o tesão que sinto por ti, ninfa do mar!

Sim…vendo melhor, é grosso…sim senhor e os colhões parecem duas abóboras-porqueiras. Talvez possa experimentar só um bocadinho; deixá-las amassar-me as bordas estimulando-lhes a circulação. Sim, isso, mais, mais, …oh…mete mais fundo…oooh…corre-te em meu vazadoiro! Ai!...ai….(geme)…ah…é Natal!...É Nataaal!....uuh…uhhh….uhhhh…é Nataaaaaaaal!....
‘Toma lá um presentinho, minha renazinha!’
Revirando os olhos, larga grossa torrente de espumosa e fétida langonha que esguicha em fabuloso jorro, com tanta força que Galateia desencava do gigantesco nabo e é projectada de costas para as ondas onde Neptuno a aguardava de pila em riste, empalando-a. Oh Neptuno, maroto…é Natal, mas não estava á espera de me ver sentada na árvore, com a estrela a fazer-me cócegas no cólon transverso, com bolas vermelhas e luzidiase, luzinhas a piscarem-me na pintelheira…(suspira).
‘Luzinhas?’…Ele há cada uma. São uns protozoários luminescentes, acho. Gonyaulax polyedra, acho eu…’
‘Foda-se. Chato do caralho. Põe-me mas é a tripa a piscar e cala-te, velho jarreta’.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA -IV




o rapto de Proserpina

Oh bela Proserpina, filha de Júpiter e Ceres, que levaste a chama cálida do amor ao sombrio reino dos mortos, perdoa pois a Vénus por ter enviado Cupido para alvejar tão brutal deus infernal, com o doce sortilégio amoroso. Saiu do Monte Etna, Plutão o deus do Mundo Subterrâneo, rugindo, montando os seus quatro cavalos negros e subtraindo-te do pueril convívio das ninfas com quem brincavas na fonte de Aetusa, ali te desflorou ante o choro convulsivo das ninfas, que gritaram e arrepelaram os cabelos, por Plutão não as zurzir também com buçal brutalidade, mas que se vingaram abocanhando os gigânteos marsapos cavalares e se engasgaram com as muitas litradas de esporra das bestas; e algumas, transidas, ainda comeram os cagalhões dos animais, dilaceraram com as unhas as suas entranhas para lhes beber o sangue, o fel, os humores fétidos, o fleuma, as humidades e a bílis. De olhos coriscantes, raiados e sanguíneos, cabelos soltos sobre os pequenos peitos, as mãos levando á boca ensanguentadas tripas rasgadas com afiados caninos, quais tresloucadas e vulpinas bacantes, que nem te viram partir, ò Proserpina assim vilmente estuprada, deixando um rasto de sangue eivado de alva e gorda semente do bruto Plutão e largando langonhosas fezes ralas, deitada sobre a barriga de um cavalo. Ficou para trás o teu strap-on, num lago de lágrimas das ninfas e que tua mãe, desesperada, encontrou caído e besuntado de fezes e ervas verdes.

Louca de raiva, fazendo um deserto de cada passo, Ceres exige a Plutão o regresso de sua filha, a outrora inocente e casta Proserpina. Afadiga-se agora a donzela em constantes felações, secando a toda a hora, pela dorida goela, os produtivos tomates de Plutão. Constantemente ele a puxa com brutalidade para a função, rebentando-lhe uma e outra vez o delicado esfíncer e macerando-lhe vezes sem conta as pevides de melancia e os translúcidos nervos de bife que cravejam os seus pequeninos cagalhões. Acede a custo Plutão, ao pedido de Ceres, fazendo-a no entanto comer seis bagos de romã, o alimento dos mortos, para que se veja obrigada a passar seis meses com ele e os restantes com a mãe, pois quem dele prova nunca mais poderá voltar ao reino dos vivos. Assim, todos os anos volta Proserpina para o forçado regaço de seu esposo, deixando a Terra esmaecida e estiolada no Inverno e Outono, eivada de árvores despidas de folhas, mas florida e ridente de flores e doces frutos na Primavera e Verão.

Sedento de amor e farto de descabelar o palhaço por seis meses a fio, quando a mulher retorna, tem um programa para Proserpina. Da lista de deveres conjugais constam os itens principais :

- Arreganhar-lhe o entrefolho rabal até ao piloro, pelo menos umas trinta vezes.
- Por-lhe o almoço a circular na contramão.
- Uma dúzia de cabeçadas no céu-da-boca
- Fazê-la abocanhar o salame ao pequeno-almoço e ao lanche.
- Ir-lhe pela 'avenida do Mars Lion' abaixo umas quantas vezes.
- Entalar o barrote na Propserpina
- Por a Proserpina a cagar-lhe no pau.
- Empurrar-lhe o jantar um bocadinho ao serão.
- Fazer-lhe um clister de açorda.
- Rebobinar-lhe o cagalhão.

Proserpina ainda tem de cozinhar, lavar a roupa no tanque e coser as meias de Plutão, isto enquanto ele lhe contraria o croquete á bruta.

Quando vai para a mãe, tem de lhe passar o corredor a pano pois ela sofre de umas micoses purulentas que vertem líquido amarelo e dão muita comichão.