segunda-feira, 30 de junho de 2008

Dor repartida


Se há coisas de que eu gosto, para além de um Tinto Alentejano bem encorpado, é de um Fado que toque cá bem no fundo.
Este, consegue fazê-lo.

domingo, 29 de junho de 2008



CAMPEONESS!!!

VIVA LA ESPANA!!!

PARA A LUI!!

MUITOS PARABENSSSSS MIUDAA!!

sábado, 28 de junho de 2008

O sexo faz bem à saúde?


Implica exercício físico, logo faz bem ao coração e à circulação sanguínea. Faz disparar os níveis hormonais reduzindo, por isso, o risco de cancro na mama, da próstata e ainda de osteoporose. Porque leva a um estado de relaxamento, combate a ansiedade. São vários os estudos que dizem que o sexo faz bem à saúde. E a ideia é confirmada pelo presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.
(retirado do jornal "Correio da Manhã")


Ora cá está. Agora compreendo melhor porque é que os velhinhos estão mais sujeitos a cancro e nos conventos há poucos casos dessa doença...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

dedicada ao Bock

Ó dama por quem me aflijo
Por ventura consintais
Que eu introduza o com que mijo
No por onde vós mijais?

quinta-feira, 26 de junho de 2008

PIADAS SECAS, MESMO SECAS!
LOL


Dois litros de leite atravessaram a rua e foram atropelados. Um
morreu, o outro não, porquê?
Porque um deles era Longa Vida. (ai tristeza!)

Porque é que o elefante não pega fogo?
Porque ele ja é cinza. (sem comentários)

O que é que a galinha foi fazer na igreja?
Assistir à Missa do Galo. (ha ha ha...)

Como é que as enzimas se reproduzem?
Fica uma enzima da outra. (Loooool)

Por que o galo canta de olhos fechados?
Porque ele já sabe a letra da música de côr. (ah! Ok!)

O Batman pegou no seu bat-sapato social e no seu bat-blazer. Onde ele foi?
A um Bat-zado. (dah!)

Como é que o o Batman faz para que abram a bat-caverna?
Ele bat-palma. (Uau... Fantástico!)

Como se faz uma omelete de chocolate ?
Com ovos de páscoa! (LINDO!)

Porque é que na Argentina as vacas vivem a olhar para o céu?
Porque tem 'Boi nos Ares'! (esta ganha todas!)

Para que servem óculos verdes?
- Para verde perto. (acho que vou me matar)

Para que servem óculos vermelhos?
Para vermelhor. (Grrr!)

Por que a mulher do Hulk se divorciou dele?
Porque ela queria um homem mais maduro. (GET IT?)

Já conheces a piada do fotógrafo?
Ainda nao foi revelada. (tão ORIGINAL)

Como se fala topless em chinês?
Xem-chu-tian. (ai, meu Deus!)

Sabes qual a diferença entre uma lagoa e uma padaria?
Na lagoa há sapinho, e na padaria 'assa pão'. (não!)

O que é que um cromossoma fala pró outro?
Cromossomos bonitos! (xi...)

Como ser boa na cama



terça-feira, 24 de junho de 2008

Jesus Salva

Cada vez me sinto mais agnóstico. "Incompetente para conhecer o absoluto" diz ali o dicionário. E é isso mesmo. Não consigo afirmar com um mínimo de convicção ou seriedade que Deus realmente exista. Ou que não exista.
Em boa verdade nesta altura nem sequer é questão que me coloque grandes preocupações.
No entanto, não consigo afastar esta tendência quase compulsiva para, à primeira oportunidade, deleitar-me a fazer pouco das instituições e dos símbolos religiosos, sobretudo dos Católicos. É o que alguns (e algumas) consideram "blasfémia". É mais forte do que eu, porra.










segunda-feira, 23 de junho de 2008

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Era um burro velho e manso, com umas enormes pestanas, que algum de nós um dia se lembrou de baptizar de Maronês.


Como é, querem comprar a Transalp do fininhO ou não?

Por acaso arranjou-se uma imagem dele a andar na mota... Está um bocado suja, mas o motor está porreiro. (Ele sempre disse que curtiu grandes momentos na mota... e a malta acredita, claro)

Só quiria deixá umá ultima mensagem:




Eu só istava consolando o minino, hein! A dona Olga sabi muito beim qui eu não sou di frescura, hein! Vão quérê tomar um sopapo?


Caixa-Chulo


- Ás vezes penso: e seu eu me dedjicasse a djevolver o djinheirinho com que os tansos dos portugueses mi andaram a encher os bolsos durante estes 5 anitos, fosse embora para parte incerta, me dedjicasse a djifender cigano em zaragata (minha especialidade) porque no futebol sou um nabo com rama e tudo,.... quem mi apoiaria?


- Scolari, SOMOS 10 MILHÕES A APOIAR-TE ! que tal?
(ok, menos a Quecas e a Booberella...)

Fim - Fine - The End - Koniec - Das Ende



Sr. Luiz Filipe,

Não querendo tomar muito do seu tempo, pedia-lhe que me acompanhasse neste rápido raciocínio, que tenta fazer uma breve retroespectiva dos seus 5 anitos em passeio por terras Lusas.

Métodos utilizados:

- birra e teimosia sem limites na reiterada não convocação do Vitor Baía, numa clara lógica de "quero, posso e mando, aqui quem manda sou eu!"

- desideratos constantes com os jornalistas que não apaparicavam as suas posturas e as suas decisões como o Sr. tanto gosta, numa inequívoca falta de capacidade de encaixe e respeito pela opinião divergente

- agressão despropositada a jogador adversário, na mais completa demonstração de falta de categoria, quer para lidar com a pressão por parte de quem tem a obrigação de ser o exemplo para aqueles que lidera, quer como pessoa

....tudo devidamente temperado com doses extremas de arrogância e mau feitio


Objectivos atingidos:

- Euro2004 (em casa) - eliminação na final, por uma equipe com quem teve a oportunidade de jogar duas vezes na mesma competição, equipe essa que era tão boa, tão boa, que no Euro2008 foi eliminada na fase de grupos com 3 derrotas, 5 golos sofridos e 1 marcado...de penálti

- Mundial2006 (em França) - eliminação nas meias-finais, tendo lá chegado ao lhe sair o bilhete premiado numa lotaria de penáltis nos quartos-de-final em que uma das suas paixões (Ricardo) teve um daqueles dias irrepetíveis

- Euro2008 (igualmente em casa porque aquilo tem mais emirantes Tugas que a praga em Telheiras tem de baratas...) - eliminação nos quartos-de-final, num jogo em que a não convocação do Maniche se revelou um erro completo, e em que a colocação à meia-hora de jogo (já com 2-0 no bucho) do Cristiano Ronaldo a jogar ao lado do Nuno Gomes foi o rir. Vale uma aposta em como o Sr. nunca tinha treinado essa solução táctica?

...em plena sintonia com a chamada lógica do caranguejo, isto é, sempre a andar pra trás.


Em 5 anitos de passeio por terras Lusas o Sr. foi pago príncipescamente por todos nós, fez contratos publicitários e até o seu filhote obteve uma formação académica.

Desportivamente falando, o Sr. foi um FRACASSO, obtendo como resultados palpáveis nem mais nem menos que os seus antecessores, isto é: NADA! Um redondinho....ZERO!

Teve entradas de leão e saída de sendeiro. Chegou pela porta da frente com passadeira vermelha estendida e vai-se embora pelos fundos sem honra nem glória.

Portanto, adeuzinho e faça boa viagem.
Ou, como se diz na minha terra, "vaitêmborra chôque, que fazes a àgua negrra".

Ah, e já agora, lá para onde vai existe uma estrutura e um trabalho feitos por alguem que sabe de futebol e que, ao contrário do Sr., em 2 anos ganhou 5 competições.
Faça-me um favor, sim? tente não escangalhar muito aquilo. É que dá trabalho e exige sabedoria construir tanto a partir do nada.



Palhaço.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

oh oh oh



Sim, obrigado.

Era tempo de almoço...


















...e numa mesa perto da minha, num restaurante sem estrelas senão as que brilhavam nos olhos da dona, dez homens que tinham já passado o cabo das tormentas dos setentas, deliciavam-se com um almoço que começou com "sopa do cozido" (grão com massa e carne) e depois com um cozido servido em travessas intermináveis. Pão, dois jarros de vinho tinto, também eles sem estrelas, jarros de dois litros. Muitas gargalhadas, conversas cruzadas, à medida que o horizonte do vinho baixava no céu dos jarros, assim o tom das vozes se levantava, garboso, sem medo de nada, sem complexos, sem cuidar de etiquietas estapafúrdias!
Todos terminaram com uma rodela de ananás e depois (pasmem!) duas garrafas de whisky, uma de uma aguardente velha de uma marca qualquer e outra de aguardente da casa (que depois provei, só o perfume servia para encantar). Todos beberam café e pediram a conta, todos pagaram. Um frenesi de notas de um lado para o outro "Eh pá, dá-me 5 euros que eu dou-te 20 e tu pagas a minha parte", "É pessoal, quem é que troca aí 20 euros?" e assim por diante.
Levantaram-se, subiram o cinto das calças naquele gesto característico que todos conhecemos. Dois deles ficaram um pouco para trás, mais pouquito da tal aguardente da casa na chávena do café, um estalo de língua contra o céu da boca, um "AH!!!" de gosto...
Gostava de ser escritor para bem retratar tudo, ou até fotógrafo, pintor também dava...
Mas ficou-me nos olhos o brilho dos olhos deles, não havia ali inquietações, o mundo era aquele e eram eles.

Ao lado deles, almocei o mesmo, bebi um vinho bem conhecido daqui e acompanhei tudo com a vida da mesa ao lado!

brincadeiras de infância


Há brincadeiras de infância que são eternas. Ao quarto escuro, à cabra-cega, à apanhada, ah que saudades...

Existe neste antro quem prefira brincar "aos comboiozinhos" e se bata com todo o fervor para ser o maquinista.

Eu? ah, eu prefiro..."aos médicos".

Dedicatória...








Este post é dedicado à selecção de futebol da Alemanha e também à nossa amiga Luz, que anda lá fora a lutar pela vida, a mais o seu camião. Força, Luz, gnnnnnn!

NHAM


Só um pequeno alerta para aquilo que meio mundo exige e o outro meio anseia: JÁ SE MARCAVA UM NHAM antes do pessoal começar a dispersar com aquelas piCUinhíces das férias de verão.
Os organizadores de sempre que se cheguem à frente.
E depressa, estão a ouvir?

terça-feira, 17 de junho de 2008

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O MEME

O Priapo incitou-me a responder ao ‘meme ateista’ que, parece, circula na blogosfera. Não tenciono vir para aqui com panfletos, nem fazer propaganda sobre o assunto em tom sério, mas como entendo que na Vara cabe tudo o que nos dá na gana, cá vai. Postem propaganda católica, vá. Se quiserem. Ou adventista, ou da igreja mórmon ou satânica ou mandem-me bardamerda (eu vou). Como vos aprouver.


P1. Como definirias “ateísmo”?

R: Pura e simplesmente, a não-aceitação da hipótese da existência de deus. Em si, ‘ateismo’ só descreve uma postura intelectual, pois é um não-conceito. Não faz sentido definir-se ateísmo por oposição a um conceito que se rejeita. Um ateu será alguém para quem a questão da existência de deus, simplesmente não se põe. Na sua diversidade, existe um denominador comum aos ateus, que é a rejeição de um deus com personalidade, atributos definidos, criador pessoal do Universo, a quem se pode rezar, que pode ser agradado, ofendido, respeitado, que é preciso idolatrar e que é representado, entre várias alternativas, por apenas uma religião organizada em particular. Conceitos (e emoções) que respeitam aos processos auto-organizativos da matéria ou ao sentido profundo da realidade, conhecidos popularmente como ‘o deus de Einstein’ são frequentes entre os ateus.

P2. Tiveste uma educação religiosa? Se sim, de que tipo?

R: Não, não tive de todo. Sabia das convicções teístas dos meus pais, mas nunca me impuseram nada. Apenas numa perspectiva cultural ou antropológica, a cultura religiosa, era cultivada na minha família. O conhecimento do conteúdo e história das religiões é das coisas que mais me interessa, diga-se. Desde a bíblia, a textos védicos indianos, leio de tudo.
P3. Usando apenas uma palavra, como descreverias o “design inteligente”?

R: Grotesco.

P4. Que campo científico mais te interessa?

R: De profissão, a Ecologia e Biologia Evolutiva mas por diletância a Física.

P5. Se pudesses mudar algo na “comunidade ateísta”, o que seria?

R: Na comunidade ateísta não mudava nada. A ‘comunidade ateista’ congrega pessoas unidas no propósito de defender da discriminação aqueles que escolhem manifestar a sua não-religiosidade. Pode parecer descabido, numa sociedade liberal e putativamente democrática, mas é real. Falo por mim, ou de pessoas próximas: já presenciei, em face da simples declaração de ateismo: desconforto, perplexidade, choque, mudanças radicais de atitude no relacionamento por parte da pessoa em causa, histeria e reacções verbal e fisicamente violentas. Mais, como me revejo nos princípios Iluministas da separação do Estado e igreja, parece-me que há que persistir na denúncia de promiscuidade naturalizada entre as duas entidades, e.g., concordata, benificios fiscais, posição privilegiada nos media, representação em actos públicos, arte pública, influência em assuntos de interesse público ou de Estado tentando fazendo prevalecer dogmas arbitrários e irrealistas sobre a racionalidade democrática (e.g. a questão do aborto, ensino religioso nas escolas, etc.). Como diz o Obama, ‘temos de pautar as nossas leis apenas por aquilo que todos vemos’.

P6. Se um filho teu te dissesse que tinha optado pela vida clerical, qual seria a tua primeira resposta?

R: A pessoa dos filhos não me pertence, eu sou o pai deles. Tenho de os educar, proteger e amar. Fariam o que bem entendessem, se bem que seria previsível uma dificuldade intelectual no nosso entendimento. Emocionalmente serão sempre os meus filhos.

P7. Qual o teu argumento teístico favorito e como é que o refutas?

R: Não é original, mas é o finalismo (Theillard de Chardin, por exemplo), no processo de evolução do olho. Argumenta-se que no decorrer do processo, ‘meio-olho’ não serve para nada. É errado, a evolução do olho surgiu independentemente, pelo menos sete ou oito vezes em linhas filogenéticas completamente distintas, de onde se demomonstra a sua ‘utilidade’ como vantagem ‘reprodutiva’. Muitos animais com olhos rudimentares (manchas ocelares) tiram deles vantagens inequívocas na sobrevivência individual e reprodução. E depois, claramente, o olho como melhor solução evolutiva, não é sequer a melhor solução ‘tecnológica’. Um designer inteligente faria mais simples e melhor.

P8. Qual o teu ponto de vista mais controverso (na perspectiva dos outros ateus)?

R: Que sou desbragado e não respeito nada. Não é verdade. Respeito os crentes em absoluto e não as crenças em si. A religião é apenas mais uma (falsa, acho) convicção, como a política ou o clube de futebol. Como tal, é passível de discussão, crítica, rejeição, chacota se se entende como prejudicial á sociedade, como é o meu caso. Se houver a possibilidade de outrem considerar que é uma ofensa à sua pessoa em particular, abstenho-me, claro.

P9. Dos “quatro cavaleiros do ateísmo” (Dawkins, Dennett, Hitchens e Harris) qual é o teu preferido e porquê?

R: O Dawkins porque, decidiu dar relevância mundial ao assunto e porque chega a ser bruto como umas casas. O C. Hitchens é o mais divertido e desbragado. Denuncia de forma muito clara os malefícios mais primários da religião: a crueldade para com o próximo, o racismo, a xenofobia, a desprezo pelas crianças, o tratamento discriminatório das mulheres. Dennet é intelectualmente o mais profundo. Tem uma teoria consistente para a génese da religião como fenómeno natural (no livro Breaking the spell). Basicamente fundado na nossa capacidade única para reconhecermos intencionalidade nos outros, que não existe nos outros animais e assim personificarmos tudo. Desde o carro ao Universo.


P10. Se pudesses convencer apenas um teísta a abandonar as suas crenças, quem seria?

R: O Ratzinger. Mas acho que não dava muito trabalho, pois no íntimo é claramente ateu. Ao contrário de alguns outros papas, diga-se. Irrealista seria fazer com que assumisse. Mas que era giro, era! Já estou a ver as multidões em fúria, por lhes tirarem a esperança infantil no sobrenatural, quando ele apelasse, ao invés, à responsabilidade pessoal de cada um. Era estraçalhado na Praça de Pedro, como fizeram á papisa Joana quando caiu do cavalo com dores de parto.

- Nomeia outros 3 blogs para espalharem o «meme»:

Não posso. Só conheço mais dois e estão ao deus-dará: medo de existir e presidente da junta

Pura Lã Virgem



sexta-feira, 13 de junho de 2008

NATIVIDADE



O que é isto? Abana, abana. Eu, sou os meus dedos, esta água quente, aquela luz, aquele som surdo, sou eu, este movimento. Ora cá vem outra vez esta minha quente energia pelo cordão translúcido cheio de líquido pulsante e vermelho. Vem de outro lado de mim. Este tum-tum-tum é o que mais gosto. Mas tenho dois. Um rápido mais fraquinho e um mais forte, grave e compassado. Mas agora é espernear, espernear! Abrir a boca. Por vezes oiço-me e sou várias vozes que vêm ali daquele lado. A minha luz mexeu-se. Às vezes sonho que tenho fome e tenho mesmo fome, outras vezes que chupo o polegar, chupo mesmo o polegar.

Agora sinto que me aperto muito. Cada vez mais. Pulso dolorosamente, de vez em quando. Aí está outra vez. Dói muito, muito. Estou muito apertado, uma parte de mim retorce-se e muda de forma e há esta pressão tão GRANDE que agora já não pára. Sufoco e não consigo respirar. Agora estou a sofrer. Só a sofrer. A SOFRER.

Sou uma luz forte que dói. Uma coisa que me sinto a queimar nos pulmões de tão fria e cortante que é. Sou grande, muito grande. Como é insuportável, grito. Eu mexo os braços e pernas mais ou menos quando quero, mas há estes meus vultos que falam e mexem, mas eu não os controlo. Tenho FRIO. Muito frio.

Agora estou melhor. Estou grande e desorientado. Sou luzes, sou cores pouco familiares, verde, azul. Sons nítidos que cortam como facas. O meu tum-tum grande está aqui outra vez, apesar de diferente. Também nunca me chupei desta maneira que faz passar a fome. É bom. Parar de gritar. Dormir. Sonhar que estou ainda pequeno, que chupo o dedo.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O FEL

Com sardónico riso e estalando os tacões de verniz vermelho, seu credo vário e incerto, cínico nas palavras e fútil em intenção; pestilento caneiro de sordidez e excrementício linguarejar – vai moendo uma arte menor titubeante de palavras, insultando a Razão, falando em línguas arengada pútrida de ideias vagas; qual macaco néscio falando aos tolos no púlpito da soberba; vai vomitando palavras quais gordas larvas que se requebram em sua boca informe, gosma insana, um trejeito louco nos olhos injectados; estulto-mor, salafrário de pontiaguda e sarnenta mitra, salvando almas e sugando esmolas, lambendo botins de poderosos – títere grotesco de bancos, políticos e criminosos; dizem que devasso em veneais desejos por moços e varões. O meloso enjoo de palavras gorgolejantes, vai, em borbotões de sangue de outrem, o vampiro cuspindo.
Veneno mal disfarçado e sórdido, do mesmo repente lhe saem da boca maldições, anátemas, excomunhões mais as mal misturadas, compassivas e correctas palavras: os apelos apaziguadores e a anuência severa do pai;

Que mandato tendes??!!... Mostrai a tua credencia, a tua celestial bula! Teus decretos serôdios são grotescos arremedos de amor e justiça que - se acreditasses, usurpador de corações - por cada um, as tuas entranhas vertendo a bílis e os humores, no sétimo círculo do Tártaro exibirias: o baço, o fígado, o fel.



Retrato de Girolamo Savonarola, de Fra Bartolomeo (1498).

Desculpem lá que vos diga, mas isto não se faz!



terça-feira, 10 de junho de 2008

Portugal...












Hoje é 10 de Junho, dia de Portugal!

Que dizer de Portugal, num dia como o de hoje?!

Que é o melhor país do mundo?! Isso é sabido!

Que tem os mais perfeitos malmequeres? Também toda a gente sabe isso…

Portanto, aproveitemos este dia para dizer, simplesmente,

VIVA PORTUGAL…

sábado, 7 de junho de 2008

Chupa Chús: 0% materia grasa!

É-me penoso postar a seguir a uma pérola de sabedoria como aquela com que o nosso estimado Fundador, ao melhor estilo de um Quaker acabado de sair da Mayflower e mortinho por aterrar num balde fresquinho de alcatrão e penas (se o houvesse), nos brindou.

Sou pouco dado a estas merdas e uma coisa é postar a seguir a um chorrilho de disparates de um qualquer coirão abichanado, e outra totalmente diversa é postar a seguir a um chorrilho de disparates do coirão abichanado do Vareta .
Seja como for, deixo-vos aqui uma singela imagem, captada num jantar da Vara que, vá-se lá saber porquê, recordo com estima (pelo menos tanta como os que o antecederam e o precederam).

Talvez tenha alguma coisa a ver com o que se passou sobre a mesa depois da refeição, mas este talvez não seja o melhor local para entrar nesse tipo de detalhes.





segunda-feira, 2 de junho de 2008

The Prodigal Sun, que eu tenho a mania das grandezas

É de noite. Chove. E isto não é um guião do Klaxon. Isto sou eu de volta.

Mais que o filho pródigo, que não quer ser perdoado pelo desleixo a que votou a antiga casa paterna, reconheço com a costumeira modéstia que é virtualmente um sol que vos alumia, este meu regresso. O venerando Fernando, o Pessoa, com quem privei nos bancos da escola em Durban, escreveu um dia uma linda metáfora sobre laranjas cortadas em duas partes, uma maior e outra mais piquena, procurando mostrar ao mundo que a injustiça é um valor relativo e insignificante quando as duas partes da laranja são deglutidas por qualquer pega de beira-da-estrada que come citrinos para limpar a úvula… Vem-me (no pun intended) a metáfora à memória – prodigiosa, sim, mas já sem o frescor doutros tempos… - a propósito de o meu regresso ser um sol e vós o couval, grato pela fotossíntese que assim se processa. É a ordem das coisas e são as coisas em ordem: eu briho e o meu brilhar dá um certo viço ao vosso verdejar. Eu brilho, também, porque sempre fui atreito à oleosidade da cútis. Fosse eu gordo e mais alvo que bem me pareceria com o saudoso Carlos Wallenstein, com quem eu privei nos bastidores d’A Chuva na Areia, largando grossas gotas de suor aromatizado a sauerkraut pelas praias de Tróia… Mas agora não transpiro, que é de noite e chove. O que atesta a qualidade do meu brilhar: qual farol rasgando a tempestade, qual Estrela de Belém, qual sorriso do Paulo Portas (com quem eu nunca privei) pós-branqueamento, assim eu brilho mesmo em condições menos propícias.

Brilho desde longe; minha natureza estelar assim mo permite. Não fosse a minha reputada modéstia e tenderia a pensar que o sol nasce aqui mais cedo porque eu cá estou. No fundo, é assim a vida de um Homem Santo e modesto: largamos bênçãos às mãos cheias, como cabras obrando a caminho do curral… pequenos nódulos de alegria – pequenos miomas de êxtase… - pequenos coágulos de prazer que alegram a existencia dessa multidão da parte mais pequena da laranja. Notai, couval: tal não é feito por caridade, essa odiosa virtude. Tudo resulta de um processo natural. Por escolha ou desígnio, calhou-me a mim estar mais perto do divino e a vós mais perto da purgueira. Podia ter sido ao contrário, dizem-me, mas não foi – modestamente o assumo. É, pois, de longe que vos brindo com A Palavra. Faço-o não sem esforço e sacrifício pessoal mas faço-o, tornando o vosso próximo passo mais seguro, o vosso próximo dia mais leve, o vosso próximo contributo para a Fundação Vareta Funda mais sincero e avultado.

“É de noite. Chove. No templo de Ikedayama, Mestre Vareta vai secando cogumelos – secando na medida do possivel, uma vez que chove. Um discípulo acerca-se, voluntariando-se para substituir o Mestre na tarefa e instando-o a abrigar-se da pesada bátega. Mestre Vareta abre a palma da mão direita, deixando que a chuva ali se junte, e pespega um valente estaladão no discípulo, dizendo ‘É de noite. Chove.’”

Este pequeno e bonito koan pretende mostrar-vos o caminho e escolhi-o por ser de fácil apreensão e interpretação para os que comigo privaram e ainda estão vivos para contar. É uma mensagem de harmonia, de experienciação concreta do real – e é também uma palavra de aviso a quem ousar interromper-me quando eu estou à chuva a secar cogumelos.

É de noite. Chove. Dormirei satisfeito por vos ser tão caro.

virgem

...;)) pois nestas coisas de blogar...

gostei do convite, gosto de postar e raisparta se hoje não é segunda...



voltarei com outras inspirações (sim, é uma ameaça!)

DOTS AND LOOPS

Podia ser a banda sonora de um documentário de vela ou de aquarofilia dos anos 80. Ou de uma série policial do tipo streets of S. Francisco.

Mas é o maravilhoso álbum a la Free Design dos STEREO LAB de 1997: dots and loops (Miss Modular)